Reino Unido também proíbe tablets em voos de países muçulmanos - TVI

Reino Unido também proíbe tablets em voos de países muçulmanos

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Depois de Washington, agora é a vez de Londres anunciar que vai proibir computadores e outros aparelhos maiores do que um telemóvel. Serviços secretos acreditam que grupos terroristas têm formas de esconder engenhos explosivos em aparelhos eletrónicos

Depois dos EUA, também o Reino Unido vai proibir o transporte de aparelhos eletrónicos com tamanho superior a um telemóvel nas cabines dos aviões de nove companhias aéreas sediadas em oito países de maioria muçulmana no Médio Oriente e no Norte de África. A informação foi divulgada esta terça-feira pela BBC e pela Sky News. Fonte do Governo de Londres garantiu que esta não é uma resposta a uma ameaça em particular, mas uma medida de combate ao terrorismo em geral.

A proibição do Reino Unido será aplicada a voos diretos provenientes de Turquia, Líbano, Jordânia, Egito, Tunísia e Arábia Saudita, disse um porta-voz do governo, citado pelas duas estações de televisão.

A medida implementada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, entrou em vigor esta terça-feira de manhã. De acordo com funcionários norte-americanos, o governo deu um prazo de 96 horas a partir das 07:00 GMT desta terça-feira, para que as nove companhias aéreas de oito países de maioria muçulmana do Médio Oriente e do Norte da África proíbam os passageiros de transportar na cabine dispositivos maiores do que telemóveis.

Os passageiros que embarquem para os Estados Unidos e Reino Unido a partir de dez aeroportos em oito países de maioria muçulmana vão ser proibidos de entrar na cabine de passageiros com tablets e outros aparelhos de maiores dimensões, como leitores de livros eletrónicos, computadores portáteis, câmaras, leitores de DVD e consolas de videojogos. Este tipo de equipamentos eletrónicos terá de ser colocado na bagagem de porão.

Portátil (Foto:Reuters)

A decisão norte-americana foi tomada por indicação das agências dos serviços secretos, que acreditam que grupos terroristas têm formas mais sofisticadas de esconder engenhos explosivos em aparelhos eletrónicos.

A CNN cita fontes que dizem que a preocupação com eventuais atentados a bordo de aviões aumentou com os raides recentes no Iémen. Sobretudo por causa da ação da Al-Qaeda da Península Arábica, que estará a desenvolver bombas que possam ser escondidas em aparelhos eletrónicos.

Aeroporto Ataturk, Istambul, Turquia (Foto: Reuters)


Em 2014, os EUA decidiram reforçar o controlo dos passageiros nos aeroportos de vários países do Médio Oriente. Nessa altura, os serviços secretos acreditavam que ainda não era tecnicamente possível colocar um engenho explosivo em aparelhos eletrónicos de maiores dimensões sem que isso fosse detetado nos postos de controlo, mas agora dizem ter informações de que um grupo terrorista com base na Síria terá conseguido aperfeiçoar essa técnica.

O Governo dos Estados Unidos está preocupado com o interesse demonstrado por terroristas nos últimos dois anos em atingir a aviação comercial, incluindo pontos centrais de transportes, tal como indica a queda de um avião no Egipto em 2015, a tentativa de provocar a queda de um avião na Somália em 2016 e os ataques armados de 2016 em Bruxelas e em Istambul. A informação de que dispomos indica que grupos terroristas continuam a ter como alvo a aviação comercial, incluindo a tentativa de fazer entrar a bordo engenhos explosivos em vários aparelhos eletrónicos", refere em comunicado o Departamento de Segurança Interna dos EUA.

Numa comunicação feita por agentes do Departamento de Segurança Interna a jornalistas norte-americanos na noite de segunda-feira não foi avançada nenhuma data para que a nova medida seja revertida. A proibição vai aplicar-se também aos passageiros que embarquem em voos dos Estados Unidos para os oito países em causa.

Emirates (Foto: Reuters)

De acordo com a BBC News, as companhias aéreas afetadas são: Royal JordanianEgypt AirTurkish AirlinesSaudi Arabian AirlinesKuwait AirwaysRoyal Air MarocQatar AirwaysEmiratesEtihad Airways.

Os dez aeroportos em causa são: Queen Alia International (Amã, Jordânia), Cairo International Airport (Cairo, Egito), Ataturk Airport (Istambul, Turquia), King Abdulaziz International (Jeddah, Arábia Saudita), King Khalid International (Riade, Arábia Saudita), Kuwait International Airport (Cidade do Kuwait, Kuwait), Mohammed V International (Casablanca, Marrocos), Hamad International (Doha, Qatar), Dubai International (Dubai, Emirados Árabes Unidos), Abu Dhabi International (Abu Dabi, Emirados Árabes Unidos).

Algumas horas depois de a notícia ter sido divulgada, a Turquia reagiu e pediu ao governo norte-americano que retire a proibição à Turkish Airlines.

 

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