Ex-guarda de Auschwitz condenado a cinco anos de prisão - TVI

Ex-guarda de Auschwitz condenado a cinco anos de prisão

Reinhold Hanning foi condenado aos 94 anos

Aos 94 anos, Reinhold Hanning foi condenado pelo tribunal do Estado de Detmold, na Alemanha

Reinhold Hanning soube, na passada sexta-feira, a sua sentença. Acusado de vários crimes de cumplicidade em assassinatos e tortura de presos do campo de concentração de Auschwitz, o idoso de 94 anos irá cumprir cinco anos de presidio na Alemanha.

O tribunal justificou a condenação por considerar Hanning cúmplice de 170 000 assassinatos no maior campo de concentração Nazi da Polónia, entre janeiro de 1942 e 1944. Foi um julgamento que durou quatro meses e onde se provou que o idoso supervisionou a seleção de prisioneiros para os campos de trabalho forçado e, também, dos condenados à morte nas câmaras de gás.

Ficou também provado que Reinhold assistiu a tiroteios em massa e a inibições de alimentação aos prisioneiros, que acabariam por morrer de fadiga.

O veredito foi bem-recebido pelo presidente do Congresso Judeu Internacional, Ronald S. Lauder, que em declarações à SkyNews, acusou Reinhold Hanning de fazer parte de uma “máquina de matar impiedosa”.

Sem a participação ativa de pessoas como ele, Auschwitz não teria sido possível”, afirma Ronald Lauder.

O arguido poderia ser condenado até 15 anos de prisão, mas a sentença ficou pelos cinco. A defesa pediu absolvição, argumentando a falta de provas de que o seu cliente tinha, efetivamente, “morto, batido ou abusado” alguém.

Sentado numa cadeira de rodas, Hanning quebrou o silêncio de meses e pediu desculpa às vítimas e aos seus familiares por não ter impedido a morte daquelas pessoas.

Eu estive em silêncio toda a minha vida e quero dizer que lamento profundamente ter pertencido a uma organização criminosa que é responsável pela morte de muitas pessoas inocentes e da destruição de inúmeras famílias, pela miséria, angústia e sofrimento das vítimas e dos seus familiares”, declara o ex-membro da SS.

No julgamento, foram também ouvidas testemunhas – ex-prisioneiros e famílias – que deram pormenores relevantes do campo de extermínio nazi, onde mais de um milhão de judeus perderam a vida.

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