Exército norte-coreano ameaça ocupar zona desmilitarizada - TVI

Exército norte-coreano ameaça ocupar zona desmilitarizada

  • .
  • AM
  • 16 jun 2020, 08:59
Kim Jong-un volta a aparecer

Coreia do Norte tem vindo a endurecer a sua posição com os EUA e a Coreia do Sul ao longo do último ano, na sequência do fracasso da cimeira de Hanói, em que Washington considerou insuficiente a proposta de desarmamento do regime

A Coreia do Norte ameaçou enviar tropas para zonas limítrofes com o vizinho do Sul que tinham sido desmilitarizadas, após um acordo entre os dois países, assinado em 2018.

Numa declaração emitida pela agência estatal KCNA, o Estado-Maior da Coreia do Norte afirmou que está a considerar um plano "para reconduzir o exército às áreas que foram desmilitarizadas ao abrigo do acordo Norte-Sul, fortificar a frente e aumentar a vigilância militar".

O texto não especifica quais as áreas ao longo da zona desmilitarizada - uma faixa de quatro quilómetros de largura que separa as duas Coreias - a serem incluídas no plano. Uma das possíveis áreas é aquela em torno da cidade de Kaesong (sudoeste) e do monte Kumgang (sudeste), de onde a Coreia do Norte retirou as tropas após o acordo.

O pacto para aliviar as tensões militares nas fronteiras foi assinado durante a cimeira de Pyonyang, realizada em setembro de 2018 pelos dirigentes das duas Coreias, o que constituiu um grande avanço para os dois países, que ainda se encontram tecnicamente em guerra.

Na semana passada, Pyonyang elevou ainda mais o tom com Seul, em resposta ao envio de folhetos de propaganda contra o regime de Kim Jong-un por ativistas na Coreia do Sul, muitos deles desertores norte-coreanos.

Os folhetos, que são frequentemente pendurados em balões que sobrevoam o território norte-coreano ou inseridos em garrafas atiradas para o rio fronteiriço, contêm geralmente críticas ao historial de Kim Jong-un em matéria de direitos humanos ou às ambições nucleares.

Embora Seul tenha denunciado imediatamente estes grupos e afirmado que os impediria de enviar novamente panfletos, durante o fim-de-semana Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano, ameaçou cortar relações com os sul-coreanos.

A declaração do Estado-Maior da Coreia do Norte indicou também que "as relações Norte-Sul estão cada vez piores" e que Pyongyang também vai começar a enviar "em grande escala" folhetos de propaganda.

A Coreia do Norte tem vindo a endurecer a sua posição com os EUA e a Coreia do Sul ao longo do último ano, na sequência do fracasso da cimeira de Hanói, em que Washington considerou insuficiente a proposta de desarmamento do regime.

As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra desde o conflito que as opôs entre 1950 e 1953, que terminou com um cessar-fogo e não com um tratado de paz.

Continue a ler esta notícia