O ídolo do K-Pop, Jung Joon-young, divulgou, esta terça-feira, uma carta pública em que confessa que filmou mulheres durante atos sexuais. Os vídeos foram divulgados sem o consentimento delas num grupo de mensagens do Kakao Talk. Na mesma carta, Joon-young diz que vai deixar o K-Pop, a indústria do entretenimento coreano, e pede desculpas às mulheres filmadas e aos fãs.
Eu escrevo-vos com vergonha e culpa. Eu, Jung Joon Young, mais uma vez percebi a gravidade desta situação depois de regressar à Coreia no dia 12 de março. Embora já seja tarde, peço desculpas através desta carta a todas as pessoas que demonstraram interesse em mim e me deram uma segunda oportunidade. Em relação ao que está a ser dito sobre mim, admito todos os meus crimes. Eu filmava mulheres sem o consentimento delas e partilhava num chat, e enquanto fazia isso, não senti o sentimento de culpa. Como figura pública, era um ato anti-ético digno de crítica e de uma atitude tão imatura. Mais do que qualquer coisa, eu ajoelho-me e peço desculpas às mulheres que aparecem nos vídeos e que souberam sobre dito quando o incidente se tornou público e às pessoas que devem estar zangadas com a situação sobre a qual não podem conter a decepção e espanto. Retiro-me de todos os programas que aparecia e suspendo todas as atividades na indústria do entretenimento", diz Jung Joon-young na carta.
Jung é investigado pela Agência da Polícia Metropolitana de Seul por ter divulgado vídeos de pelo menos 10 mulheres entre 2015 e 2016 no chat. De acordo com as autoridades coreanas, os vídeos gravados ilegalmente pelo coreano violam a Lei de Casos Especiais Relativos à Punição de Crimes Sexuais. Joon-young deve ser interrogado pela polícia na próxima quinta-feira.
Como artista, Joon-young ficou conhecido no país depois de participar no famoso programa de televisão “2 Days and 1 Night”. Além de cantor é compositor, DJ, apresentador de televisão e ator.
De acordo com a BBC, o caso foi descoberto quando a Polícia Coreana investigava o outro ídolo do K-Pop, Seungri, sobre o envolvimento num escândalo de prostituição. Seungri era um dos membros do grupo em que foram partilhados os vídeos..
O caso Seungri
Este é o segundo caso de um artista que se desliga da indústria do K-Pop por causa de um escândalo sexual. Na segunda-feira, Seungri anunciou saída da indústria, depois de ser suspeito de violar as leis sobre prostituição na Coreia do Sul
Lee-Seung Hyun, o nome registado de Seungri, foi interrogado em fevereiro pelas autoridades coreanas. É suspeito de oferecer prostitutas a possíveis investidores de uma empresa que detém, a Yuri Holdings, que controla os restaurantes e negócios de entretenimento em seu nome. O caso foi divulgado nos media locais.
Seungri é um dos integrantes da Big Bang, uma das boybands mais famosas do país, que vendeu mais de 140 milhões de discos.
Na semana passada começou a circular na internet uma petição que pedia para Seungri se afastar da Big Bang, pelos “danos irrecuperáveis que causou à reputação do grupo”, de acordo com o texto divulgado.
Na segunda-feira,acabou por anunciar a saída através do Instagram.
Estou acusado como um traidor da nação, e não posso suportar que aqueles que me rodeiem sejam afetados para que eu possa sobreviver. Agradeço a todos os fãs da Coreia pelo amor ao longo dos últimos 10 anos. Para o bem da YG e pela honra do Big Bang, é melhor parar por aqui. Fico grato por todo este tempo", escreveu Seungri.
Indústria do K-Pop
A YG Entertainment, agência que tinha contrato com os dois artistas, divulgou, esta quarta-feira, que rescindiu o contrato com ambos.
A indústria do entretenimento coreana tenta manter uma imagem de honestidade, decência e integridade dos artistas do K-Pop. O escândalo sexual envolvendo os chats de conversas e os ídolos do estilo vêm abalar essa imagem.
Na terça-feira as ações da YG Entertainment caíram 15,3% na bolsa coreana.