A Bélgica registou nas últimas 24 horas mais 417 mortes atribuídas à pandemia de Covid-19, o que eleva o total no país para 4.857 óbitos, a taxa de mortalidade por milhão de habitantes mais elevada na Europa.
Com os números anunciados esta quinta-feira, a Bélgica, país com uma dimensão semelhante à de Portugal (11,5 milhões de habitantes) passou a ter a pior taxa de mortalidade associada ao novo coronavírus, com 419 mortes por milhão de habitantes, à frente de Espanha (409), e muito acima daquela registada, por exemplo, na vizinha França (262).
Face a estes dados, o governo belga já teve de prestar justificações e argumenta que tal se deve ao facto de ser “transparente” e contabilizar as mortes como nenhum outro país o faz.
Segundo a primeira-ministra, Sophie Wilmès, a Bélgica "optou pela maior transparência na comunicação das mortes ligadas ao Covid-19", ainda que isso signifique incluir "números por vezes sobrestimados".
Uma das particularidades do método de contagem de mortes na Bélgica associados à pandemia de Covid-19 é o facto de as autoridades incluírem os óbitos registados em lares de terceira idade – são quase 1.500 os lares distribuídos pelo país - mesmo sem confirmação, por análise, de infeção pelo novo coronavírus, mas apenas com base em suspeitas.
Na Europa, nenhum país conta como nós. Aqui, fazemo-lo da maneira mais detalhada”, argumenta por seu turno a ministra da Saúde, Maggie de Block, que tem sido duramente criticada internamente pela gestão da crise.
De acordo com os dados hoje fornecidos pelas autoridades belgas, desde o início da pandemia, o país conta com 34.809 casos confirmados e atualmente encontram-se hospitalizadas 5.309 pessoas, 1.182 das quais nos cuidados intensivos.
A nível global, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 137 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 629 pessoas das 18.841 registadas como infetadas.