Covid-19: casos disparam na Rússia depois de Putin desvalorizar o vírus - TVI

Covid-19: casos disparam na Rússia depois de Putin desvalorizar o vírus

  • AG
  • 27 mar 2020, 09:42
Vladimir Putin

País começa a adotar medidas mais restritivas e Moscovo já ordenou o fecho de cafés e restaurantes

Depois de algumas semanas a desvalorizar a pandemia Covid-19, as autoridades russas começam a aplicar medidas mais drásticas para conter a propagação do novo coronavírus.

Há cerca de uma semana, o presidente Vladimir Putin tinha referido que a situação estava "sob controlo". Desde esse momento, o número de casos tem vindo a aumentar de forma exponencial, obrigando o governo a uma alteração na tática de combate à doença.

O número de infetados tem vindo a subir nos últimos dias. Depois de a contenção ter funcionado algumas semanas, a última atualização do ministério da saúde da Rússia refere 1.036 casos de infeção, dos quais quatro resultaram em óbitos. Registam-se ainda 45 casos de recuperação. Alguns especialistas referem mesmo que o número de casos se deve multiplicar nos próximos dias.

Num discurso dirigido à nação, esta quarta-feira, o presidente russo já admitiu que "é objetivamente impossível parar a propagação", fazendo menção à dimensão da Rússia, o maior país do mundo, e que faz fronteira com vários países.

No mesmo discurso, Vladimir Putin pediu à nação russa que percebesse a "complexidade da situação", alertando para a importância do isolamento social. Com efeito, a próxima semana será feita com recurso ao regime de teletrabalho em grande parte dos serviços russos.

O governo já anunciou um pacote de medidas mais drásticas, que inclui o fecho de fronteiras e o cancelamento dos voos internacionais. Exceções estão previstas para ligações que se destinem a repatriar cidadãos russos que se encontrem em áreas gravemente atingidas pelo vírus.

Durante semanas, vários especialistas apontaram a urgência do encerramento de fronteiras, nomeadamente com a China, país onde o surto teve início. O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, afirmou que a situação estava muito mais controlada na Rússia devido às medidas previamente tomadas pelo executivo.

Mas as contradições das autoridades russas vão mais longe. Segundo a CNN, o Kremlin negou, durante vários dias, a hipótese de decretar medidas preventivas para a capital, Moscovo. Esta quinta-feira, o presidente da câmara da cidade, Sergey Sobyanin, anunciou o fecho de todos os bares, cafés, parques e restaurantes da cidade.

Vírus chega ao Kremlin

Esta quinta-feira, a imprensa russa avançou que o novo coronavírus foi diagnosticado em cinco membros do staff, e que vários funcionários estavam a ser testados. Entre os doentes estarão dois membros do gabinete presidencial.

Já esta sexta-feira, Dmitry Peskov confirmou que existe pelo menos um caso confirmado da doença entre funcionários do Kremlin.

As medidas em torno da segurança de Vladimir Putin incluem a medição da temperatura de todas as pessoas que se aproximem do presidente.

Moscovo é a zona mais afetada, com 546 doentes diagnosticados. Todas as vítimas mortais se registaram na capital.

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