Enfermeiro com sintomas de Covid-19 tentou pedir ajuda, mas acabou por morrer sozinho em casa - TVI

Enfermeiro com sintomas de Covid-19 tentou pedir ajuda, mas acabou por morrer sozinho em casa

Donald Suelto morreu de Covid-19 depois de ter estado em contacto com paciente infetado

Donald Suelto esteve em contacto com um paciente com sintomas de infeção pelo novo coronavírus sem equipamento pessoal de proteção. Era asmático e morreu sozinho em casa durante isolamento profilático

Foi enfermeiro de quimioterapia no serviço nacional de saúde inglês durante 18 anos e morreu sozinho, sem ajuda, vítima de Covid-19. É esta a história trágica de Donald Suelto de 51 anos. 

De acordo com o Daily Mail, o enfermeiro foi encontrado morto em casa no dia 7 de abril. Donald terá tentando contactar o número de emergência para casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus, mas ninguém atendeu. 

A sobrinha do enfermeiro conta que este estava a cumprir quarentena em casa por ter manifestado sintomas depois de tratar um paciente com tosse aguda e temperatura alta no Hammersmith, no oeste de Londres, Inglaterra, que mais tarde veio a confirmar-se como caso positivo. 

 "Ele disse-me que não recebeu nenhum equipamento pessoal de proteção e que o diretor dizia que estes materiais estavam em falta", explicou Emylene Suelto-Robertson em entrevista ao Daily Mail.

Emylene contou que o hospital sabia que o tio estava com sintomas e foi aconselhado a ir para casa três dias. Terão dito também para ligar para o número do serviço nacional de saúde inglês caso os sintomas se agravassem, uma vez que era asmático. 

“Ele mandou uma mensagem para um colega no trabalho no dia 5 de abril, a dizer que estava a lutar para sobreviver. Foi o último contato que alguém teve com ele", revelou Emylene.

A sobrinha explicou ainda que não conseguiu entrar em contacto com o tio, mas acreditou que este já estaria no hospital. No entanto, o pior veio a confirmar-se quando a polícia, alertada por Emylene, foi ao apartamento de Donald e o encontrou já sem vida.

Ele morreu antes que eu pudesse pedir ajuda médica", contou. 

Em entrevista à BBC, Emylene diz que o tio era um herói e que não estava assustado, mesmo sabendo que corria perigo de vida.

 "Deveria haver uma maneira de impedir a morte dele".

Agora, a família espera um atestado de óbito numa altura em que o número de profissionais mortos pela Covid-19 no Reino Unido já ultrapassou a barreira dos cem.

O Serviço Nacional de Saúde não quis comentar o caso, mas o porta-voz do Imperial College Healthcare NHS Trust já deu as condolências à família. 

Seguimos rigorosamente as orientações nacionais sobre o uso de equipamentos de proteção individual. O Donald não estava a trabalhar numa área para pacientes do Covid-19", esclareceu o hospital. "Estamos muito tristes com a morte do Donald e os nossos pensamentos e condolências estão com a família, amigos e colegas neste momento especialmente difícil".

No Facebook, Emylene deixou uma mensagem de despedida ao tio. 

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