Covid-19: EUA defendem levantamento de patentes das vacinas - TVI

Covid-19: EUA defendem levantamento de patentes das vacinas

Objetivo é agilizar e facilitar a troca e produção de vacinas

Os Estados Unidos anunciaram esta quarta-feira que vão apoiar o levantamento de patentes das vacinas contra a covid-19. O objetivo passa por acelerar o fim da pandemia, e surge depois de negociações com a Organização Mundial do Comércio (OMC).

O anúncio foi feito por Katherine Tai, da Representação de Comércio dos Estados Unidos, e vem no sentido de agilizar as trocas de vacinas, nomeadamente através do aumento dos países produtores.

O governo acredita fortemente na proteção da propriedade intelectual, mas no sentido de acabar com a pandemia, apoia o levantamento dessas proteções para as vacinas contra a covid-19", é referido no comunicado divulgado.

Apesar disso, os responsáveis norte-americanos reconhecem que será complicado chegar a um "consenso", o que deve levar algo tempo, pelo que a decisão não deve ter efeito imediato na distribuição das vacinas.

Trata-se de uma crise de saúde global, são circunstâncias extraordinárias e a pandemia pede medidas extraordinárias. O objetivo é ter o máximo de vacinas seguras e eficazes para o máximo de pessoas o mais rápido possível", acrescentou Katherine Tai.

 

A reunião da OMC juntou o diretor-geral, Ngozi Okonjo-Iweala, a embaixadores de vários países. Do mesmo encontro surgiu a necessidade de democratizar o acesso às vacinas, algo que agora é apoiado pelos Estados Unidos, um aliado de peso.

Esta proposta surgiu pela primeira vez em outubro de 2020, pelas mãos de África do Sul e Índia, e agora foi levada ao Conselho Geral da OMC. Na altura, a intenção destes países passava sobretudo por utilizar a capacidade de produção local para depois aumentar a exportação mundial.

Agora, será marcada uma reunião a ocorrer ainda este mês, com o objetivo de criar uma proposta formal para ser apresentada e aprovada pelos países na reunião de 8 e 9 de junho.

Para esta semana não era esperado um consenso, mas os representantes norte-americanos indicam que a situação mudou.

Diria que a discussão foi muito mais construtiva, pragmática. Foi menos emotiva que no passado", disse Keith Rockwell, porta-voz da OMC.

A proposta inicial enfrentou fortes resistências de alguns dos países mais influentes, muitos deles sedes das empresas farmacêuticas e biotecnológicas que produzem as vacinas. Com o apoio dos Estados Unidos, poderá ser mais fácil inserir neste acordo a Johnson & Johsnon, a Moderna e a Pfizer, todas elas empresas norte-americanas.

Também países da União Europeia, a Suíça e o Reino Unido se mostraram céticos, quando a proposta tinha 164 países a favor, necessitando de um consenso para ser aprovada.

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