Desconfinamento tira milhões de pessoas de casa - TVI

Desconfinamento tira milhões de pessoas de casa

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  • publicado por Rafaela Laja
  • 11 mai 2020, 14:20
Desconfinamento em Espanha

São vários os países que começaram, esta segunda-feira, a sair do confinamento imposto para conter a pandemia de Covid-19

Dezenas de milhões de pessoas começaram esta segunda-feira a sair do confinamento imposto para conter a pandemia de Covid-19, designadamente em França e Espanha, dois grandes países europeus muito afetados pelo vírus, mas também Holanda, Grécia ou Turquia.

Desordem marca primeiras horas da reabertura em França

Os franceses puderam hoje sair de casa pela primeira vez em dois meses, com o início da primeira fase de desconfinamento que autoriza a reabertura de estabelecimentos comerciais e de creches e escolas pré-primárias.

A imprensa francesa mostra desde as primeiras horas da manhã imagens de grande confusão no metro de Paris e em estações de comboio em vários pontos do país, com grande afluência e muito pouco respeito pelas regras de distanciamento.

Lojas de roupa, cabeleireiros e imobiliárias estão entre os estabelecimentos que podem reabrir, sujeitos ao cumprimento de regras de higiene e de distanciamento, mas restaurantes, bares e cafés mantêm-se fechados.

As creches e escolas pré-primárias reabriram “numa base de voluntariado” e organizando a atividade em grupos de 10 a 15 crianças, enquanto as escolas básicas (dos 6 aos 15 anos) começaram a preparar a reabertura, na próxima segunda-feira.

França é um dos países mais afetados pela pandemia provocada pelo novo coronavírus, registando 26.380 mortos em mais de 176 mil casos.

Metade da população de Espanha volta a poder socializar

Cerca de metade da população espanhola, 47 milhões, pôde hoje beneficiar de um alívio das restrições impostas em março, com a reabertura de pequenas lojas e das esplanadas e a autorização de reuniões sociais que juntem até 10 pessoas.

Onze das 17 regiões espanholas, assim como as cidades autónomas de Ceuta e Melilla, entraram hoje oficialmente na "fase um" de desconfinamento, mas Madrid e Barcelona, especialmente atingidas pela pandemia, não são abrangidas pelo alívio de restrições.

No resto do país, as pessoas podem agora juntar-se em reuniões sociais de até 10 pessoas, assistir a funerais com o limite de 15 pessoas e frequentar igrejas, mesquitas e outros locais de culto, limitados a um terço da capacidade.

Cafés e restaurantes podem também reabrir portas, mas apenas para o serviço de esplanada e com um limite de ocupação de metade das mesas.

Espanha é o país europeu com mais casos de infeção registados, 227.436, embora com menos mortes (26.744) que o Reino Unido e Itália.

Escolas primárias da Holanda reabrem

As escolas primárias holandesas começaram hoje a receber de volta os alunos, depois de dois meses encerradas, embora com turmas e horários reduzidos para metade.

Pequenos estabelecimentos, como cabeleireiros e livrarias, também puderam reabrir portas.

A imprensa holandesa mostra hoje alguns cabeleireiros que abriram portas logo às 00:00, face à enorme quantidade de pedidos de marcação.

Antecipando o levantamento de restrições, e com o tempo primaveril que se fez sentir no país no fim de semana, os holandeses acorreram em grande número aos espaços públicos, levando alguns parques e jardins a vedarem acessos secundários, para melhor controlar as entradas.

A Holanda regista 42.383 casos e 5.422 mortos, segundo números de domingo da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Grécia entra na segunda fase com zero mortos em 24 horas

A Grécia entrou hoje na segunda fase de desconfinamento, autorizando a reabertura de todas as lojas, à exceção de centros comerciais.

Há uma semana, tinha sido autorizada a reabertura de cerca de 10% dos estabelecimentos, como livrarias, cabeleireiros, oculistas, lojas de eletrónica e de artigos de desporto.

Os alunos do final do secundário regressaram também hoje às escolas e, dentro de uma semana, será a vez dos outros alunos do secundário e do superior.

A partir de domingo, as igrejas podem voltar a celebrar missas.

A Grécia esteve entre os primeiros países europeus a decretar o confinamento, o que terá contribuído para que seja um dos que regista menos casos e menos mortes.

No domingo, o boletim diário das autoridades gregas apontava para zero mortos e apenas seis novos casos de infeção em 24 horas, num balanço global de 2.710 casos de infeção e 150 mortes.

Bélgica reabre todo o comércio menos restaurantes e bares

A Bélgica, que iniciou há uma semana a “fase 1” do desconfinamento, entra hoje na “segunda parte” com a reabertura de todo o comércio, à exceção de restaurantes e bares, com o uso de máscara obrigatório.

Contudo, a rede de transportes públicos da capital, Bruxelas, estava hoje fortemente afetada por uma greve dos motoristas de autocarro, que se consideram expostos a riscos acrescidos ante medidas de precaução que qualificam de insuficientes.

Os belgas podem desde domingo, Dia da Mãe na Bélgica, reunir-se com familiares e amigos, juntando no máximo quatro pessoas.

A partir de hoje, alguns hospitais reativaram as consultas e tratamentos não-relacionados com a covid-19 e as secretarias dos tribunais reabriram portas.

A Bélgica registava no domingo 52.596 casos de infeção e 8.581 mortes, segundo números da OMS.

Centros comerciais, esplanadas e cinemas reabrem na República Checa

Centros comerciais, cabeleireiros e esplanadas reabriram hoje na República Checa, que a 24 de abril se tornou o primeiro país europeu a voltar a autorizar todas as viagens ao estrangeiro.

Cinemas, teatros e outras salas de espetáculo reabrem também hoje com a lotação limitada a 100 pessoas.

Todas as atividades no espaço público estão condicionadas ao uso de máscara e ao distanciamento social.

O aumento diário de casos de infeção no país é inferior a 100 há dez dias consecutivos e o de mortes inferior a 10 desde 13 de abril, segundo números do Ministério da Saúde checo.

Desde o início da pandemia, a República Checa regista 8.095 casos e 276 mortes, segundo a OMS.

Cinemas, museus e concertos voltam a realizar-se na Bulgária

Cinemas, museus, bibliotecas e atividades de lazer em espaços fechados, como concertos, voltam hoje a estar autorizados na Bulgária, com o limite de 30% de lotação e um distanciamento de dois metros entre cada pessoa.

Na capital, Sófia, a polícia começou hoje ações de fiscalização do uso de máscara nos transportes públicos e espaços fechados, aplicando multas de até 250 euros a quem não respeitar a obrigação.

A Bulgária, em confinamento desde 13 de março, foi relativamente poupada à pandemia, com 1.955 casos e 90 mortes registadas até domingo pela OMS.

Ucrânia autoriza reabertura de cabeleireiros e pequenos estabelecimentos 

Algumas lojas podem reabrir hoje na Ucrânia, como cabeleireiros, salões de estética e outros estabelecimentos, desde que pequenos e com porta para rua.

Apesar de o país registar números relativos baixos de infeção pelo novo coronavírus, 15.232 casos e 391 mortes até domingo, o sistema de saúde não tem tido capacidade de resposta, com vários hospitais de cidades de província sem um único ventilador.

As autoridades decretaram um rigoroso confinamento a 12 de março, mas a pressão para desconfinar acentua-se face aos efeitos económicos da paralisação da economia.

Turquia reabre lojas, mas exige medição da temperatura dos clientes

Centros comerciais, com exceção das zonas de restauração, cabeleireiros e barbeiros abriram hoje na Turquia, pela primeira vez em sete semanas, mas com verificação da temperatura dos clientes, a limitação de um cliente por cada 10 metros quadrados e o uso de máscara.

Nos cabeleireiros e barbeiros, o atendimento é feito exclusivamente por marcação, o uso de máscara e viseira pelos trabalhadores é obrigatório e o material usado deve ser descartável.

Desde domingo, os mais velhos podem sair de casa por algumas horas.

As medidas de alívio das restrições foram justificadas pelas autoridades com o decréscimo do número médio de novos casos diários.

A Turquia regista 137.115 casos e 3.739 mortes, segundo números de domingo da OMS.

Disneyland de Xangai reabre 

A Disneyland de Xangai, na China, reabriu hoje ao público, depois de mais de três meses encerrada devido à pandemia de SARS-CoV-2.

Algumas atrações do parque vão manter-se contudo fechadas, o número de visitantes será limitado e o cumprimento do distanciamento social controlado.

À entrada, os funcionários mediam a temperatura às várias dezenas de pessoas que acorreram hoje ao parque. 

A China, onde surgiram os primeiros casos do novo coronavírus, em dezembro, foi a primeira economia a ser suspensa e a primeira a ser retomada, no princípio de março.

As fábricas e as lojas reabriram, mas os cinemas, karaokes e ginásios mantêm-se fechados.

A China regista 84.430 casos de infeção e 4.643 mortes, segundo a OMS.

A pandemia provocada pelo novo coronavírus já infetou mais de quatro milhões de pessoas em todo o mundo, 280 mil das quais morreram, segundo um balanço da agência AFP.

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