Um relatório do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS, na sigla original) concluiu que a China escondeu a gravidade da pandemia Covid-19, enquanto diminuía as exportações e acumulava importações, nomeadamente de material médico, numa tentativa de acumular mantimentos no país. A notícia foi inicialmente avançada pela agência Associated Press(AP), que teve acesso ao documento.
A seriedade do novo coronavírus, que foi oficialmente reconhecido pelas autoridades chinesas a 31 de dezembro, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), terá sido escondida do resto do mundo de forma "intencional", segundo o relatório.
A China parece ter cortado as exportações de mantimentos médicos antes de ter notificado a OMS do contágio de Covid-19, em janeiro", refere uma fonte que teve acesso ao documento.
A informação vem de encontro ao agudizar de acusações entre os Estados Unidos e a China. A administração norte-americana já tinha acusado a gestão chinesa de ter sido lenta e inadequada.
Segundo o relatório da DHS, enquanto desvalorizava a gravidade da doença, a China "recusava a existência de restrições, ofuscando e retardando o fornecimento dos seus dados comerciais".
O documento sugere também que a China parou de informar a OMS sobre a propagação do contágio ao longo de grande parte do mês de janeiro. Durante a mesma altura, as importações chinesas de equipamento médico, como máscaras, luvas ou batas subiu de forma abrupta.
Segundo a AP, as conclusões baseiam-se numa probabilidade de 95% de que as mudanças no comportamento da China relacionado com importações e exportações não tenham sido feitas de forma considerada normal.
Antes de ser conhecido este relatório, Donald Trump especulou sobre uma das teorias da conspiração que versam sobre o surgimento da pandemia Covid-19, admitindo a possibilidade de o surto ter tido início num "erro" cometido num laboratório chinês.
A ideia do presidente é corroborada pelo secretário de estado, Mike Pompeo, que fala na existência de "uma enorme evidência" de que o vírus teve início num laboratório chinês. Segundo o The New York Times, os serviços secretos norte-americanos não têm quaisquer provas concretas relacionadas com esta hipótese.
Em declarações à ABC, Mike Pompeo acrescentou que os Estados Unidos não tinham razão para acreditar que o vírus tinha sido espalhado de forma intencional. Ainda assim, o governante acrescentou: "Lembrem-se, a China tem um histórico de infetar o mundo, e eles têm um histórico de laboratórios abaixo das condições exigidas".
China has a history of infecting the world and they have a history of running substandard laboratories. These are not the first times that we’ve had a world exposed to viruses as a result of failures in a Chinese lab.
— Secretary Pompeo (@SecPompeo) May 3, 2020