Millhares de sérvios saíram às ruas de Belgrado para protestarem contra a reintrodução do confinamento, numa altura em que a pandemia de Covid-19 volta a ter números alarmantes no país.
Um dos locais escolhido pelos manifestantes foi o parlamento da Sérvia, que foi palco de confrontos com a polícia que terminaram em mais de 20 detidos e 60 feridos, dos quais 43 são polícias e 17 são populares, segundo a agência Associated Press.
A polícia afirma que só atuou para restringir o avanço dos manifestantes, agindo apenas quando foi absolutamente necessário. Em sentido contrário, vários grupos que defendem os direitos da população denunciaram a existência de brutalidade policial.
Os protestos foram de tal maneira violentos que as autoridades sérvias estão a reconsiderar dar um passo atrás. O presidente Aleksandar Vucic deverá discursar esta quarta-feira à nação, para clarificar quais as medidas que vão ser tomadas.
A decisão de voltar a confinar o país surgiu no seguimento do dia em que foi registado o valor recorde de mortes (13), elevando o total para 330 vítimas mortais. O número de casos confirmados é de 16.719, sendo que os dados se agravaram consideravelmente nos últimos dias.
A oposição culpa o governo, afirmando que este novo pico surge na sequência de um mau desconfinamento, que terá sido feito com o intuito de cimentar a posição do executivo depois das eleições realizadas a 21 de junho.
Aleksandar Vucic dá agora mostras de poder fazer marcha-atrás na sua decisão: "Se o fizermos a nossa economia não vai sobreviver. Precisamos de tomar medidas de precaução mas também precisamos de continuar a trabalhar", afirmou já depois dos protestos.
O coordenador da pandemia na Sérvia, Pedrag Kon, também já admitiu que o confinamento poderá não regressar.