OMS: "É falso" que o Covid-19 desapareça no verão tal como a gripe - TVI

OMS: "É falso" que o Covid-19 desapareça no verão tal como a gripe

Em conferência de imprensa, a Organização Mundial de Saúde revelou ainda que a epidemia já fez 3.380 mortes

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou, nesta sexta-feira, que "é falso" que o surto de Covid-19 desapareça no verão tal como a gripe.

Temos de assumir que o vírus vai continuar a ter capacidade para se espalhar e é uma falsa esperança dizer: ‘sim, vai desaparecer no verão como a gripe’. Bem, esperamos que sim, que seja uma dádiva, mas não podemos fazer essa suposição. E não há provas neste momento que sugiram que é isso que vai acontecer. Por isso, temos de combater o vírus agora e não viver na esperança de que o vírus possa desaparecer sozinho", afirmou o diretor executivo da OMS, e responsável pelas emergências de saúde, Mike Ryan, em conferência de imprensa.

Mike Ryan considerou, também, que não são as restrições nas viagens que vão conter o vírus, pelo contrário.

O Japão e a Coreia do Sul estão a fazer um bom trabalho. Ambos aumentaram as suas operações de saúde pública. Eles estão a salvar vidas e eu penso que nos devemos focar nisso e não necessariamente em combates políticos sobre restrições de viagens. É muito, muito importante, que as pessoas percebam que este tipo de restrições não estão a ajudar."

 Antes da conferência de imprensa de Mike Ryan, Donald Trump fez menção a este mito, afirmando que existe uma teoria segundo a qual "parece que, em meados de abril, quando estiver mais calor, o vírus pode, miraculosamente, desaparecer".

A OMS revelou, ainda, que foram reportados, nas últimas 24 horas, 2.736 casos de COVID-19 no mundo e 3.385 mortes no total.

Estamos prestes a atingir os 100.000 casos confirmados", afirmou o director-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus (as agências internacionais de notícias avançaram que o número de infetados já ultrapassou aquela barreira), que pediu aos países que continuem a "encontrar, testar, isolar e tratar cada caso e a rastrear todos os contactos".

O responsável lembrou, também, que "abrandar epidemias pode salvar vidas" e "ganhar tempo" para investigação e para que os hospitais e governos se preparem para lidar e salvar vidas.

A OMS tem vindo a monitorizar "o potencial risco" de interrupção de fornecimento de medicamentos por causa desta epidemia, uma vez que a China é um dos maiores produtores de ingredientes farmacêuticos que são usados para produzir medicamentos noutros países.

A OMS concentrou-se nos medicamentos mais essenciais que são críticos para os cuidados primários de saúde e emergências, incluindo antibióticos, analgésicos e tratamentos para diabetes, hipertensão, HIV, tuberculose e malária. Estamos a trabalhar em estreita colaboração com associações do setor, reguladores e outros parceiros para monitorar esse risco e, até ao momento, não identificámos nenhuma escassez específica iminente", acrescentou o médico.

O director-geral da organização terminou a conferência de imprensa lembrando que "todos" têm um "papel" no que é preciso fazer para conter a epidemia.

Como tenho dito, estamos nisto juntos e todos temos um papel a desempenhar. Factos, não medo. Razão, não rumores. Solidariedade, não estigma. Agradeço-vos", reiterou.

O surto de Covid-19 - a doença provocada pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia - detetado em dezembro na China já provocou 3.385 mortos e infetou mais de 98 mil pessoas em 87 países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 55 mil recuperaram.

Além de 3.042 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça, Espanha, Reino Unido e Países Baixos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".

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