Polícia brasileira detém ex-gerente de uma subsidiária da Petrobras - TVI

Polícia brasileira detém ex-gerente de uma subsidiária da Petrobras

  • ALM com Lusa
  • 21 nov 2017, 15:28
Brasileiros protestaram contra a impunidade dos políticos

Antonio de Jesús, que trabalhou na Transpetro durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, foi detido nesta operação, que marca a 47.ª fase da operação Lava Jato.

A polícia brasileira deteve hoje um ex-funcionário da Transpetro, uma das subsidiárias da petrolífera estatal Petrobras, suspeito de exigir sete milhões de reais (cerca de 1,8 milhões de euros) em subornos entre setembro de 2009 e março de 2014.

O ex-gerente José Antonio de Jesús, que trabalhou na Transpetro durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, detido nesta operação, que marca a 47.ª fase da operação Lava Jato.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro, o ex-funcionário e alguns dos seus familiares negociaram acordos ilegais para receber subornos de uma empresa de engenharia (que não foi identificada pelas autoridades) que estava interessada em contratos com a subsidiária da Petrobras.

As provas indicam que o ex-gerente recebeu subornos para favorecer a empresa de engenharia em contratos com a Transpetro. Para dissimular e ocultar a origem ilícita dos recursos, o valor foi pago por meio de depósitos realizados em contas bancárias de terceiros e familiares, vindo de contas de titularidade da empresa de engenharia e ou de seus sócios", destacou o órgão de Justiça, em comunicado.

José António de Jesus teria pedido, inicialmente, o pagamento de 1% do valor dos contratos como suborno, entretanto, o acerto final ficou em 0,5%.

"Este valor foi pago mensalmente em benefício do Partido dos Trabalhadores (PT), de modo independente dos pagamentos feitos pela mesma empresa a pedido da presidência da Transpetro, e que eram redirecionados ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). O ex-gerente desligou-se da subsidiária da Petrobras recentemente", destacou o MPF.

A procuradora da República Jerusa Burmann Viecili explicou que "neste caso houve um dos esquemas mais rudimentares de lavagem de dinheiro da Lava Jato. A propina [suborno] saía da conta bancária da empresa de engenharia para a conta bancária de empresa do filho sem qualquer contrato ou justificativa para o repasse do dinheiro".

Já o procurador da República Athayde Ribeiro Costa destacou que "houve um esquema político-partidário contínuo e duradouro na Transpetro, como na Petrobras. Os crimes praticados na Transpetro são uma nova frente de investigações da Lava Jato, em expansão".

O esquema foi descoberto porque a empresa que pagou o suborno assinou um acordo com o MPF brasileiro para cooperar com as investigações em troca de benefícios judiciais.

De acordo com uma declaração da Polícia Federal, os envolvidos nestas operações ilegais serão acusados de crimes de corrupção e branqueamento de capitais.

Ao todo, a Justiça brasileira expediu hoje oito mandados de busca e apreensão, cinco de condução coercitiva (quando os suspeitos são detidos para prestar depoimento) e um de prisão temporária. Esta nova fase da operação Lava Jato foi batizada com o nome de Sothis.

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