China vai suspender quarentena na província de Hubei. Wuhan continuará bloqueada - TVI

China vai suspender quarentena na província de Hubei. Wuhan continuará bloqueada

  • BC
  • 24 mar 2020, 09:35

Medidas de quarentena são suspensas na quarta-feira na província onde começou o surto do novo coronavírus. A cidade de Wuhan, o epicentro da epidemia, vai continuar com bloqueios até 8 de abril

A província de Hubei, no centro da China, vai pôr fim, a partir de quarta-feira, a um bloqueio de mais de dois meses a todas as cidades, com exceção de Wuhan, epicentro da epidemia do novo coronavírus.

Pessoas com um atestado de saúde que prove que não estão infetadas pela doença poderão sair de Hubei, revelou hoje o governo local.

Wuhan, a capital da província e onde a epidemia começou, no final de dezembro passado, permanecerá bloqueada até 8 de abril.

Quinze cidades da província de Hubei foram colocas em quarentena, em janeiro passado, com entradas e saídas bloqueadas, uma medida que afetou quase 60 milhões de pessoas.

No entanto, ao longo de mais de uma semana, a maioria dos casos relatados pelas autoridades chinesas foram importados, ou seja, pessoas chegadas do exterior, enquanto a transmissão comunitária quase desapareceu.

A China proibiu as pessoas de saírem ou entrarem em Wuhan em 23 de janeiro passado, uma medida anunciada de surpresa, de madrugada, e que foi alargada à maior parte da província nos dias seguintes.

Ligações ferroviárias e aéreas foram canceladas e postos de controlo montados nas estradas da província.

As medidas drásticas ocorreram numa altura em que o novo coronavírus se alastrava pelo país e além-fronteiras, à medida que milhões de chineses viajavam por altura do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas e a maior migração humana do planeta.

Durante semanas, a epidemia atingiu dezenas de milhares de pessoas em Wuhan e nas províncias vizinhas. Os hospitais transbordaram e foram erguidas instalações temporárias para tentar isolar o crescente número de pacientes infetados.

O surto foi gradualmente controlado, e Hubei não registou quase nenhuma nova infeção ao longo de mais de uma semana.

A medida para encerrar o bloqueio mostra a confiança das autoridades no sucesso das medidas drásticas adotadas em grande parte da China, com centenas de milhões de pessoas limitadas na sua movimentação e negócios e fábricas encerradas.

Ainda não é claro se outras cidades e províncias, como Pequim, permitirão que as pessoas que saem de Hubei entrem nas suas jurisdições, e espera-se que as regras de quarentena permaneçam em vigor para quem viaja para fora das suas áreas locais.

China vai punir quem desrespeitar quarentena ao chegar ao país

O Supremo Tribunal Popular chinês anunciou esta terça-feira que os viajantes que entrarem no país e não cumprirem os procedimentos de quarentena, no âmbito das medidas de prevenção de covid-19, vão ser julgados criminalmente.

A instância judicial máxima da China esclareceu, em comunicado, que a nacionalidade não terá influência sobre as decisões legais para punir o desrespeito pela quarentena imposta pelo Governo e que deve ser respeitada por chineses e estrangeiros.

O anúncio ocorre numa altura em que a China concentra os esforços em travar a importação de casos da covid-19.

Ao longo de mais de uma semana, a maioria dos casos detetados pelas autoridades chinesas foram importados, ou seja, pessoas chegadas do exterior, enquanto a transmissão comunitária quase desapareceu.

Quando a doença começou a atingir o resto do mundo, muitos chineses regressaram ao país. De acordo com dados oficiais, a China registou, no total, 400 casos de infeção oriundos do exterior.

Para impedir uma segunda vaga de contágios no país, o Governo chinês impôs uma quarentena rigorosa de 14 dias a quem entrar no país, em hotéis designados pelas autoridades.

O aumento de novos casos da covid-19 importados levou, no domingo, a China a desviar os voos com destino a Pequim para 12 cidades, onde os passageiros são agora submetidos a um controlo sanitário antes de prosseguirem viagem para a capital chinesa.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com mais de 81.000 casos, tendo sido registados 3.277 mortos.

Nas últimas 24 horas a China reportou 78 novos casos, sendo quatro de contágio local e os restantes importados.

Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 2.182 mortos em 33.089 infeções, o Irão, com 1.812 mortes num total de 23.049 casos, a França, com 860 mortes (19.856 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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