Coronavírus diretamente relacionado com o SARS-CoV-2 encontrado em morcegos congelados - TVI

Coronavírus diretamente relacionado com o SARS-CoV-2 encontrado em morcegos congelados

Rhinolophus gorongosae

Estes são os primeiros "parentes próximos" do vírus que provoca a covid-19 a serem encontrados fora da China, o que sustenta a investigação da Organização Mundial da Saúde na Ásia sobre a origem animal da pandemia

Um "parente próximo" do SARS-CoV-2, o vírus que provoca a covid-19, foi encontrado por investigadores em morcegos armazenados em frigoríficos de laboratório.

Segundo a revista Nature, este vírus foi encontrado em morcegos armazenados há 10 anos no Camboja. Entretanto, também uma equipa de investigadores do Japão reportou a descoberta deste tipo de vírus em morcegos congelados.

Estes são os primeiros vírus diretamente relacionados com o SARS-CoV-2 a serem encontrados fora da China, o que sustenta a investigação da Organização Mundial da Saúde na Ásia sobre a origem animal da pandemia.

Há fortes indícios que o SARS-CoV-2 tenha origem em morcegos-de-ferradura, mas a forma como terá passado destes animais para humanos ainda permanece um mistério.

O genoma dos vírus encontrados ainda não foi totalmente sequenciado, nem a própria descoberta publicada, o que torna difícil apurar, para já, o seu significado para a atual pandemia.

Se o vírus descoberto estiver estreitamente relacionado (ou até mesmo ser um antepassado) do vírus que gerou a pandemia de covid-19, pode fornecer informações cruciais sobre como o SARS-CoV-2 passou dos morcegos para os humanos, e até mesmo sobre a própria origem da pandemia.

Os investigadores adiantam ainda que, para fornecer tais informações, este coronavírus terá de partilhar mais de 97% do seu genoma com o SARS-CoV-2, que é mais do que o seu "parente mais próximo" alguma vez conhecido.

Por outro lado, este novo vírus pode também estar relacionado de forma mais distante. De qualquer forma, estudá-lo vai ajudar os cientistas a aprender mais sobre a diversidade da família.

No entanto, independentemente dos resultados, ambas descobertas são "entusiasmantes" porque confirmam que vírus próximos ao SARS-CoV-2 são "relativamente comuns" em morcegos-de-ferradura, e em até morcegos encontrados na China, conclui a bióloga Alice Latinne.

Era isto que estávamos à procura, e encontrámos", conclui uma das investigadoras, acrescentado que a descoberta "foi entusiasmante e surpreendente ao mesmo tempo.

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