Madagáscar: líder da oposição participa em manifestação contra chá milagroso e acaba preso - TVI

Madagáscar: líder da oposição participa em manifestação contra chá milagroso e acaba preso

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  • 7 mai 2021, 15:13
Harry Laurent Rahajason

Tribunal condenou Harry Laurent Rahajason a 44 meses de prisão por se insurgir contra uma alegada cura milagrosa da covid-19

O líder da oposição de Madagáscar Harry Laurent Rahajason viu confirmada a sua sentença de cumplicidade na organização de uma manifestação não autorizada contra uma cura milagrosa da covid-19, promovida pelo chefe de Estado.

A sentença de 44 meses de prisão do meu irmão acaba de ser confirmada pelo tribunal de recurso de Antananarivo”, disse Bodo Fabre, a irmã do antigo ministro das Comunicações, acusando os juízes de parcialidade.

Os advogados de Rahajason tinham descrito o julgamento como um acerto de contas político. “Quando a política entra no tribunal, a justiça sai”, disse o advogado Erick Rafidison, apelando à libertação do seu cliente.

Muitos médicos criticaram um chá à base de artemísia, chamado Covid Organics, apresentado como uma cura milagrosa pelo Presidente Andry Rajoelina. Um destes médicos, Berija Ravelomanantsoa, foi preso por ter criticado o chá de ervas na rede social Facebook.

Em 13 de julho de 2020, dois jovens desfraldaram uma faixa numa estrada movimentada da capital, exigindo a libertação do médico. Quando interrogado, um deles terá indicado Rahajason como o instigador desta operação, o qual acabou por ser preso três dias depois.

Na audiência, esta testemunha voltou atrás com as suas acusações. O antigo ministro, de cabelo branco, visivelmente abalado pelos primeiros meses de detenção, disse que não conhecia os manifestantes.

O tribunal de recurso, contudo, confirmou a culpa do ministro do ex-Presidente Hery Rajaonarimampianona (2014-2018), por cumplicidade na organização desta manifestação.

A liberdade de expressão e opinião são garantidas pela Constituição em Madagáscar”, recordou o advogado de defesa durante a audiência.

Os advogados franceses do antigo ministro, William Bourdon e Amélie Lefebvre, disseram em fevereiro que tinham encaminhado o caso para o Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

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