Misteriosas gripes das crianças de Milão podem ter sido o começo do coronavírus em Itália - TVI

Misteriosas gripes das crianças de Milão podem ter sido o começo do coronavírus em Itália

Primeiros registos de Covid-19 na Lombardia, a região mais afetada pela doença, datam de janeiro, segundo um estudo regional. Pelo menos 1.200 cidadãos, entre os quais crianças, tiveram sintomas da doença antes de 21 de fevereiro, data do primeiro caso oficial no país

As misteriosas gripes das crianças de Milão em janeiro podem ter sido o começo do coronavírus em Itália, muito antes do primeiro caso oficial de Covid-19 no país, registado a 21 de fevereiro.

A suspeita consta de um estudo realizado pela Lombardia, a região mais afetada pela doença, divulgado pelo diário italiano Corriere della Sera.

Quando em janeiro começaram a aparecer casos de febre e tosse que não passavam, os pediatras estranharam, mas, como era inverno, acreditaram que pudesse ser apenas gripe.

Só mais tarde, com a pandemia instalada, os médicos começaram a fazer associações entre sintomas.

Eram quadros clínicos que não tinham nome nem apelido. Tosse e febre que nunca mais passava. Penso que a epidemia pode ter começado mais cedo nas crianças", recorda o diretor do hospital pediátrico de Milão, o "Vittore Buzzi", Gian Vincenzo Zuccotti.

Estão, por isso, a decorrer testes serológicos na população materno-infantil da Lombardia para calcular se a percentagem de imunidade é maior nas crianças que nos adultos.

Também o diretor de Pneumologia do hospital Policlinico di Milano, uma das unidades mais antigas de Itália, Francesco Blasi, lembra que "por ser inverno" pensaram que os "muitos casos" que surgiram em janeiro "tivessem sido causados pela gripe".

Pelo menos 1.200 lombardos terão tido sintomas de Covid-19 antes de 21 de fevereiro, segundo dados analisados entre 1 de janeiro e 19 de fevereiro, considerada pelos investigadores da Lombardia a fase inicial da epidemia em Itália.

Foi pedido a 5.800 doentes que reconstruíssem os dias anteriores aos primeiros sintomas, para que os investigadores pudessem também rastrear o início do surto, sabendo, porém, que os dados seriam indicativos, porque se baseavam na memória dos pacientes.

Desde o primeiro dia que a progressão da infeção indicava que haveria casos anteriores ao 'paciente 1'", apontou o epidemiologista Marcello Tirani.

A Covid-19 já causou 27.682 mortos em Itália, sendo este o segundo país do mundo mais afetado, a seguir aos Estados Unidos. Há mais de 203.000 infetados em Itália.

 

 

 

 

 


 

 

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