Regresso ao futuro: serão os “drive-in” o futuro de idas seguras ao cinema? - TVI

Regresso ao futuro: serão os “drive-in” o futuro de idas seguras ao cinema?

Drive-in

Além de exibir filmes, os proprietários de “drive-in” também se estão a preparar para desempenhar um novo papel no mundo pós-pandemia, acolhendo cerimónias religiosas e académicas, espetáculos ao vivo, tais como concertos ou stand-up comedy ou convenções

A maioria das salas de cinema dos Estados Unidos ficou às escuras devido à pandemia de coronavírus, o que faz com que a afluência aos drive-in aumente de dia para dia.

Sete noites por semana, as pessoas param os seus carros no cinema ao ar livre “1948” para assistir a filmes como a comédia de animação “Trolls World Tour” ou “Regresso ao futuro” de Robert Zemeckis (onde uma máquina do tempo transporta o protagonista até 30 anos no passado, para 1955, em pleno período de ouro dos “drive-in.”

“1948” é um dos poucos cinemas ao ar livre, dos EUA, que permaneceu aberto durante as medidas de “ficar em casa”. O proprietário John Watzke revela ao jornal The Guardian que as pessoas chegam a fazer distâncias de duas ou três horas de carro, propositadamente para ver cinema ao ar livre, neste espaço:

“Normalmente, nesta época do ano eu não vendia bilhetes  porque as crianças estão na escola, mas agora, às sextas e sábados, estou a atingir a minha lotação máxima e tenho mesmo que afastar as pessoas.”

Sair de casa para ir ao “drive-in”, apesar do “streaming”

Os funcionários deste cinema, foram instruídos a usar máscaras e luvas. Os clientes do “drive-in” podem pedir comida online que são entregues diretamente nos veículos. A cada três horas é medida a temperatura dos funcionários do “1948”.

Os “drive-in” atingiram o seu pico na década de 50 do século XX. Na altura, havia mais de 4.000 espaços do género. Agora, por causa da pandemia, assiste-se a um ressurgimento do cinema ao ar livre, seguindo uma tendência que já se verificava nos últimos anos.

Hoje em dia, ainda existem 300 espaços de cinema ao ar livre, espalhados pelos Estados Unidos, com uma crescente procura, apesar do crescimento de plataformas digitais, como a Netflix, HBO e outras, que oferecem fácil acessibilidade dos serviços de “streaming”, para ver sem sair de casa.

O surto de coronavírus forçou o encerramento da maioria dos 5.548 cinemas dos EUA. A Associação Nacional Americana de Proprietários de Salas de Cinema diz que, dependendo das condições e orientações das autoridades, a maioria das salas poderá, provisoriamente, abrir no fim de junho ou no início de julho - a tempo da temporada dos “blockbusters.”

Beth Wilson, proprietária do “Warwick Drive-In”, em Nova Iorque, espera receber as cerimónias académicas de fim de curso, ainda este ano. E acrescenta: “Estamos ansiosos para liderar este novo rumo (um regresso ao passado) um caminho que, provavelmente, irá acontecer quando os “drive-in” espelharem a recuperação da economia.”

Continue a ler esta notícia