Onze crianças famintas resgatadas de caravana escondida debaixo de terra - TVI

Onze crianças famintas resgatadas de caravana escondida debaixo de terra

Dois homens mantinham prisioneiros menores com idades entre um e 15 anos, e três mulheres, num complexo de condições deploráveis, camuflado no deserto do Novo México, nos EUA

A polícia norte-americana resgatou 11 crianças que viviam em cativeiro em Amalia, no Estado norte-americano do Novo México. Mantidos escondidos no deserto, numa caravana coberta por plástico, sem água, canalização ou eletricidade, os menores, com idades compreendidas entre um e 15 anos, estavam com fome e com sede quando foram encontrados.

De acordo com a estação de televisão norte-americana ABC News, as crianças foram localizadas depois de a polícia ter recebido a seguinte mensagem: "Estamos a morrer à fome, precisamos de comida e água." 

Oito agentes da polícia do condado de Taos, no Novo México, cercaram o local, na sexta-feira, para resgatar quem quer que estivesse em apuros. 

Pareciam refugiados de um país de Terceiro Mundo, não tinham comida, água potável nem sapatos e estavam vestidos com trapos sujos", disse o xerife de Taos, num comunicado publicado no Facebook. "A única comida que encontrámos foram umas batatas e uma caixa de arroz na caravana imunda", adiantou Jerry Hogrefe.

Em entrevista à ABC News, Jerry Hogrefe sublinhou as condições degradantes em que as crianças se encontravam.

Sou polícia há 30 anos e nunca vi nada assim. É inacreditável", afirmou. "As crianças estavam tão magras que dava para ver as costelas. A higiene era precária e estavam muito assustadas", acrescentou. "Todos demos aos miúdos a nossa água e os snacks que tínhamos. Foram as condições de vida mais tristes que alguma vez vi", lamentou.

Junto dos menores, encontravam-se três mulheres, que as autoridades acreditam serem as mães das crianças, a viver nas mesmas condições, que foram interrogadas e entretanto já libertadas.

Em comunicado, as autoridades de Taos explicam que o complexo foi descoberto na sequência de uma investigação de dois meses sobre o desaparecimento de um menino de três anos, da Georgia. Os responsáveis acrescentam que receberam uma mensagem reencaminhada por um detetive da Georgia que dizia ter razões para acreditar que tinha tido origem dentro do acampamento camuflado debaixo de terra.

A polícia deteve, no local, dois homens fortemente armados: Siraj Wahhaj e Lucas Morten. Os suspeitos foram detidos sob acusação de abuso de crianças. Wahhaj, de 39 anos, era já procurado pela polícia local por suspeita de sequestro do filho de três anos, que se encontra desaparecido. As autoridades tinham esperança de encontrá-lo no grupo das 11 crianças, mas tal não se verificou.

As autoridades afirmam que tanto as mulheres como as crianças se mostravam bastante intimidadas pelos dois homens, que estariam em controlo do acampamento.

As crianças foram entregues aos serviços sociais do Novo México.

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