O Gabinete da procuradoria-geral do Reino Unido autorizou a acusação de um agente da polícia metropolitana de Londres por um crime de violação, num momento em que o sentimento de insegurança cresce em mulheres britânicas um pouco por todo o país.
A agressão ocorreu no dia 4 de setembro, mas a notícia só foi transmitida esta segunda-feira, no mesmo dia em que o agressor, David Carrick, de 46 anos, deverá apresentar-se em tribunal.
Num comunicado, a Polícia Metropolitana afirmou que o agente policial foi suspenso no domingo, antes de ter sido detido pela Polícia de Hertfordshire. Na nota, é ainda avançado que Carrick foi encaminhado para o Gabinete Independente de Conduta Policial.
Fiquei profundamente preocupado ao ouvir a notícia de que um oficial do Comando de Proteção Parlamentar e Diplomática do Met - Polícia Metropolitana - foi preso e, agora, acusado deste grave crime. Reconheço plenamente que o público também ficará muito preocupado", disse a Comissária Cressida Dick, numa conferência de imprensa, acrescentando que "os procedimentos criminais devem seguir o seu curso”.
A notícia da acusação de violação surge ao mesmo tempo em que se agudizam as manifestações pelos direitos das mulheres e contra a violência, especialmente depois de, há três dias, outro agente da Polícia Metropolitana ter sido condenado à prisão perpétua pelo rapto, violação e homicídio de Sarah Everard - um caso que gerou indignação ao chegar aos holofotes mundiais.
O julgamento de Carrick ocorre ainda numa altura em que a Polícia Metropolitana de Londres tem sido alvo de um dilúvio de críticas sobre como atuou nos dias após o desaparecimento de Sarah Everard.
O regulador desta força policial, o Gabinete Independente de Conduta Policial (IOPC), está a investigar se o Met respondeu adequadamente a pelo menos duas denúncias de incidentes de exposição indecente ligados ao ex-agente Wayne Couzens, que foi demitido da força em julho, dias depois de se confessar culpado do rapto, violação e homicídio de Everard.