Casal detido depois da morte suspeita dos dois filhos no espaço de um ano e meio - TVI

Casal detido depois da morte suspeita dos dois filhos no espaço de um ano e meio

  • AG
  • 23 ago 2019, 13:11
Polícia espanhola

Crianças morreram ambas com 131 dias, pouco mais de quatro meses de vida

Um jovem casal espanhol foi detido depois de os seus dois filhos bebés terem morrido no espaço de um ano e meio, em circunstâncias suspeitas.

O homem, de 28 anos, e a mulher, de 27, residentes em Albacete, estão acusados de maus-tratos e, para já, do homicídio negligente do primeiro filho, escreve o El Mundo. As duas crianças morreram com apenas 131 dias, pouco mais de quatro meses de vida.

O primeiro filho, Omar, morreu a 28 de janeiro de 2018, na sequência de um traumatismo cranioencefálico. Na altura, os pais disseram à Guardia Civil que tinham encontrado o bebé a chorar, mas que não sabiam o que tinha acontecido. Foi aberta uma investigação por homicídio negligente, mas o casal ficou a aguardar o seu desenrolar em liberdade.

Quatro meses depois do falecimento de Omar, a mulher ficou novamente grávida e a 18 de fevereiro de 2019 deu à luz mais um rapaz, Dylan.

No entanto, no passado dia 29 de junho, e numa altura em que a investigação à morte do primeiro bebé ainda não estava concluída, Dylan também viria a morrer, desta feita na sequência de múltiplas fraturas nas costelas, que causaram a perfuração de um pulmão. Quando as equipas de emergência chegaram ao local, o bebé já tinha morrido.

Dylan viveu exatamente os mesmos 131 dias que Omar.

Inicialmente, os médicos pensaram que se tinha tratado de morte súbita, mas a autópsia revelou ferimentos mais antigos, que sugerem uma ação continuada.

O caso passou para as mãos da Guardia Civil, que deteve os pais, Germán e Aroha, a 4 de julho. O casal encontra-se em prisão preventiva desde essa data, mas só agora o caso se tornou conhecido.

Segundo a imprensa espanhola, o casal continua a negar as suspeitas, garantindo desconhecer o que aconteceu com os seus filhos. A família e os amigos também não acreditam nas acusações. 

"No dia em que morreu a segunda criança quase que dava um enfarte ao pai. E tiveram de levar a mãe ao centro de saúde onde lhe deram um valium", contou um amigo ao El Mundo.

Por ela metia as mãos no fogo, porque criou duas sobrinhas minhas sendo apenas uma menina. Levantava-se a cada três horas, trocava-as, dava-lhes banho e alimentava-as", afirmou a mãe de Aroha, Rosa ao mesmo jornal.

A relação de Germán e Aroha tem cerca de quatro anos e ambos são voluntários na Proteção Civil da localidade.

E também os colegas da Proteção Civil não acreditam que o casal tenha sido capaz de cometer tais atos: "Até que um juiz diga que foram eles não acreditamos, porque os conhecemos e pensamos que seriam incapazes de provocar danos em alguém."

O El Mundo escreve, também, que, nos dias seguintes à morte do primeiro filho, os pais apontaram a existência de negligência médica, alegando que as vacinas que tinham sido dadas a Omar podiam estar na origem da morte do bebé. Aroha chegou mesmo a publicar um post no Facebook com uma fotografia da criança e uma mensagem a pedir justiça, afirmando que "eles [médicos] vão pagar", numa alusão a um eventual processo legal.

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