Dez milhões de pesos argentinos de arresto e uma acusação de corrupção pendem agora sobre Cristina Fernández, presidente da Argentina entre 2007 e 2015, quando sucedeu ao marido Néstor Kirchner.
Antes mesmo da decisão do juiz, conhecida na tarde desta terça-feira, Cristina Kirchner, advogada de 63 anos, queixou-se de ser alvo de perseguição política, acusando o governo do atual presidente Mauricio Macri.
Em outubro, numa sessão no tribunal, a ex-presidente defendeu-se da acusações de favorecimento, advogando que as decisões tinham sido aprovadas por membros do parlamento e pelo auditor geral do país.
Negócios envolvem primo do marido
Esta terça-feira, o juiz Julián Ercolini despachou a acusação de 794 páginas contra a ex-presidente Cristina e outros arguidos, entre os quais, Carlos Kirchner, primo do seu antigo marido.
Em causa estão contratos de construção de estradas adjudicados ao grupo Austral Construcciones, propriedade do empresário Lázaro Báez, detido há oito meses e igualmente processado.
Acusados foram também vários membros do governo de Kirchner, que na sua maioria são também alvo de arresto de bens. Segundo a justiça argentina, como refere o jornal Clarín, haveria "um plano criminoso para favorecer" o empresário Báez.
Segundo uma auditoria realizada pelas autoridades argentinas, o empresário foi favorecido com 52 contratos. Cerca de metade nunca foram concluídos, mas foram sobrefaturados na ordem dos 65%.