Dez dias depois de ter entrado em erupção, a lava do vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, chegou ao oceano, avançou esta terça-feira o Instituto Geográfico Nacional espanhol (IGN).
Pouco antes das 22:00 desta terça-feira, as autoridades alertaram que a lava já tinha atravessado a chamada estrada costeira, localizada ao lado da montanha Todoque, com cerca de 320 metros de altura. A distância que separa a estrada da costa é de cerca de um quilómetro.
Este foi o último grande obstáculo enfrentado pelo fluxo de lava antes de chegar ao mar.
Observamos en directo el avance de las lavas hasta el pie del acantilado costero que proceden de la colada sur del volcán de La Palma.
— Geociencias Marinas (IEO) (@gemar_ieo) September 28, 2021
Se está generando un impresionante depósito de más de 50 m de altura.#VulcanaIII_0921 @IEOoceanografia pic.twitter.com/jpRn9JIQ4G
A foz do magma no oceano é um fenómeno que preocupa as autoridades desde o momento em que a erupção começou a 19 de setembro porque a reação com a água salgada pode provocar explosões e nuvens tóxicas.
O fluxo de lava, que parecia estabilizado e mais lento durante a última semana, sofreu uma mudança no fim de semana, ganhando velocidade na tarde de domingo e invadindo agressivamente cidades como Todoque, onde além da igreja, destruiu outros edifícios, como um consultório médico e uma associação de bairro.
Os especialistas alertaram ainda que assim que a lava atingisse o oceano, existirá um choque térmico causado pela enorme diferença de temperatura entre os dois fluidos. Isto porque a lava avança a uma temperatura de cerca de 1.100 graus Celsius e a água costeira tem uma média de 23 graus.
Os especialistas consideram que a mistura da lava com a água resultará num rápido arrefecimento do fluido fervente, provocando uma série de outras consequências.
É expectável que, com este cruzamento, comecem a aparecer grandes nuvens ácidas e gases que eventualmente assentarão em parte da superfície. Esta chuva ácida pode causar irritações na pele e nos olhos, bem como problemas respiratórios.
Assim, os especialistas recomendam que as pessoas nas proximidades não saiam de casa a menos que seja absolutamente necessário. Alertam ainda que respirar os vapores pode ser fatal. Os navios de carga também foram aconselhados a ficar longe da área considerada de risco.
Ao jornal El Confidencial, José Mangas, professor de Geologia da Universidade de Las Palmas, diz que “existirão explosões”- “É como misturar óleo fervente com água.