ONU alerta: Kobani pode ser a próxima Srebrenica - TVI

ONU alerta: Kobani pode ser a próxima Srebrenica

Jihadistas do Estado Islâmico combatem em Kobani, cidade síria fronteira com a Turqua (Reuters)

Staffan de Mistura, enviado das Nações Unidas à Síria, diz que milhares de pessoas «podem ser massacradas» se a cidade cair em mãos jihadistas

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Milhares de pessoas «podem ser massacradas» se Kobani cair nas mãos dos jihadistas, alerta Staffan de Mistura, enviado especial das Nações Unidas à Síria. O responsável da ONU vai mais longe e diz mesmo que a cidade curda se pode tornar numa nova Srebrenica, a cidade bósnia onde cerca de 8 mil muçulmanos foram mortos por sérvios em 1995, naquela que já foi considerada a pior atrocidade na Europa desde a II Guerra Mundial.

O Estado Islâmico já controla 40% da cidade, que 700 soldados curdos tentam defender. Pelo menos 12 mil civis estarão cercados numa cidade sitiada.

Milhares de pessoas «vão provavelmente ser massacradas» se Kobani cair nas mãos do Estado Islâmico, disse à Reuters esta sexta-feira o enviado das Nações Unidas à Síria, Staffan de Mistura. «Se a cidade cair, os 700, mais talvez as 12 mil pessoas, além dos soldados, vão muito provavelmente ser massacrados», disse Staffan de Mistura, citado pela Agência Reuters.

«Lembram-se de Srebrenica? Nós sim. Nunca nos esquecemos e provavelmente nunca nos perdoámos a nós mesmos», acrescentou, recordando que as Nações Unidas não foram capaz de proteger as vítimas de Srebrenica.

«Quando há uma ameaça iminente para civis, nós não podemos, nós não devemos, ficar em silêncio», sublinhou Staffan de Mistura.

Os Estados Unidos fazem, desde quarta-feira, diversos bombardeamentos em Kobani, que se situa na fronteira da Síria com a Turquia. De acordo com o Comando Central dos EUA (Centcom), os bombardeamentos destruíram um edifício de apoio e dois veículos e atingiram duas unidades de combate dos jihadistas.

Nestes ataques, foram utilizados caças-bombardeiros e aviões não tripulados.

A situação da maioria curda de Kobani desencadeou violentos protestos de rua na Turquia. Desde terça-feira que turcos curdos contestam a atuação do presidente Tayyio Erdogan, a quem acusam de ter permitido que os seus semelhantes fossem massacrados às mãos do Estado Islâmico.

Pelo menos 33 pessoas morreram em três dias de protestos, incluindo dois agentes da polícia, que foram mortos a tiro, numa aparente tentativa de matar um chefe de polícia, que acabou ferido. 


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