Menor condenada a perpétua por matar predador sexual recebe clemência - TVI

Menor condenada a perpétua por matar predador sexual recebe clemência

  • CM
  • 7 jan 2019, 20:08

Governador do Tennessee concedeu clemência a Cyntoia Denise Brown, que vai ser libertada depois de a jovem cumprir 15 anos de prisão

A menor de 16 anos que, em 2004, foi condenada a prisão perpétua por matar o homem que abusou sexualmente dela, vai ser libertada.

O governador do Tennessee,  Bill Haslam, concedeu clemência a Cyntoia Denise Brown, agora com 30 anos, depois de cumprir 15 anos de prisão.

A história de Cyntoia tornou-se conhecida do público, particularmente depois de algumas celebridades como Kim Kardashian, Rihanna, Amy Schumer e Ashley Judd apelarem à sua libertação.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, o gabinete do governador do Tennessee anunciou a decisão, elogiando a forma como Cyntoia lutou por uma vida melhor mesmo estando atrás das grades.

Esta decisão surge depois de uma análise cuidada àquele que é um caso trágico e complexo. Cyntoia Brown cometeu, como a própria assumiu, um crime horrível. Ainda assim, condenar uma jovem de 16 anos a prisão perpétua, o que a obrigaria a cumprir pelo menos 51 anos de pena até poder ser elegível para liberdade condicional, é demasiado duro, especialmente à luz dos extraordinários passos que tem dado para reconstruir a sua vida. A transformação deve ser acompanhada de esperança. Por isso, comuto a pena de Cyntoia Brown, sujeita a determinadas condições”, justificou Bill Haslam.

Cyntoia Brown será libertada no próximo dia 7 de agosto, depois de concluir, na prisão, o secundário e uma licenciatura em jornalismo.

Inúmeros funcionários e voluntários atestam a sua extraordinária transformação pessoal, que lhe permitirá ser uma influência positiva na comunidade”, sublinhou, ainda, o governador.

A socialite Kim Kardashian reagiu já à decisão, agradecendo ao governador do Tennessee, através de uma publicação no Twitter.

Filha de uma mãe alcoólica, Cyntoia Brown teve uma infância difícil, durante a qual passou várias temporadas ao cuidado dos serviços sociais. E na adolescência, as coisas não melhoraram para esta jovem de Nashville. O namorado, um toxicodependente conhecido como “Cut Throat" ("corta garganta" na tradução literal) drogava-a, violava-a, obrigava-a a prostituir-se e ainda ficava com o seu dinheiro

A jovem tinha 16 anos quando Johnny Allen, um agente imobiliário de 43 anos, a encontrou nas ruas a prostituir-se e levou para casa. Mas não sem antes lhe mostrar a sua coleção de armas e de lhe dizer que tinha sido atirador no Exército.

A um dado momento, estavam os dois na cama, quando o homem se virou para o lado contrário. Brown disse que entrou em pânico pois pensou que Allen ia buscar uma arma. Convencida de que o indivíduo a ia magoar, atingiu-o a tiro na cabeça, com uma arma que o namorado lhe tinha dado.

Apesar de, à altura dos factos, ter apenas 16 anos, Brown foi julgada como um adulto. Alegou legítima defesa, mas os procuradores acusaram-na de ter matado para roubar porque ela fugiu da casa com a carteira, as armas e o carro do homem.

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