O deputado britânico do Partido Conservador David Amess morreu após ter sido esfaqueado esta sexta-feira durante um encontro com eleitores numa igreja em Essex, Reino Unido.
De acordo com a polícia local, o incidente ocorreu em Eastwood Road North, por volta das 12:05 horas, sendo que as autoridades detiveram o suspeito no local.
“Fomos e encontrámos um homem ferido. Ele foi assistido pelos serviços de emergência, mas, infelizmente, morreu no local”, indicou a polícia em comunicado.
A man has been arrested on suspicion murder after a man was stabbed in #LeighonSea.
We were called to Eastwood Road North shortly after 12.05pm.
Sadly, a man later died.
A man was arrested at the scene.
We are not looking for anyone else.
Read more: https://t.co/CR8vYv8yuR pic.twitter.com/llSd1Tr0H7
— Essex Police (@EssexPoliceUK) October 15, 2021
Amess tinha 69 anos e representava a circunscrição de Southend West no condado de Essex desde 1997. O ataque ocorreu numa igreja Metodista.
De acordo com a Agência Reuters, o deputado foi esfaqueado "várias vezes". Amess ainda recebeu assistência médica no local, mas acabou por não resistir aos ferimentos.
Sextas-feiras são normalmente o dia em que os deputados ao longo do Reino Unido promovem encontros com o público com o objetivo de ouvir os problemas e as preocupações dos seus eleitores.
Estes encontros são, habitualmente, convocados em locais como igrejas ou centros comunitários e os membros do parlamento frequentemente fazem-se acompanhar por um reduzido número de associados.
A maior parte destes encontros são, também, imensamente publicitados, como aquele conduzido por David Amess, e não é obrigatório a constituição de uma ficha de inscritos - pelo que o deputado não saberia quem poderia estar presente.
Na sequência do anúncio da morte de Amess, vários governantes recorreram às redes sociais para lamentar o sucedido e dar os pêsames à família. Entre eles o Secretário da Saúde Sajid Javid que se mostrou "devastado" ao saber das notícias do companheiro partidário
Devastated to learn of Sir David Amess' murder. A great man, a great friend, and a great MP killed while fulfilling his democratic role.
My heart goes out to Julia, his family, and all who loved him.
Let us remember him and what he did with his life.
— Sajid Javid (@sajidjavid) October 15, 2021
Awful, tragic news about David. A dedicated, thoughtful man and a true Parliamentarian, who lost his life while serving the constituents who he worked relentlessly for throughout his career.
My thoughts are with his family and friends at this time.
— Rt Hon Grant Shapps MP (@grantshapps) October 15, 2021
"Devemos lembrar-nos dele e o que fez com a sua vida", escreveu o governante. Também o Secretário dos Transportes, Grant Shapps, descreveu David Amess como uma pessoa "dedicada e ponderada".
Da Irlanda do Norte, o secretário Brandon Lewis referiu-se ao deputado como "uma das pessoas melhores da vida".
Carrie Johnson, mulher do primeiro-ministro Boris Johnson sublinhou o impacto de alguém "cheio de bondade" no país. "Um enorme amante de animais e um verdadeiro senhor. Isto é completamente injusto", escreveu.
Absolutely devastating news about Sir David Amess. He was hugely kind and good. An enormous animal lover and a true gent. This is so completely unjust. Thoughts are with his wife and their children.
— Carrie Johnson (@carrielbjohnson) October 15, 2021
A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon reagiu sublinhando que todos os representantes eleitos do Reino Unido "vão se unir em choque e tristeza".
"Em democracia, os político devem ser acessíveis e estar disponíveis ao escrutínio, mas ninguém merece que lhe tirem a vida enquanto trabalha em representação dos seus constituintes", escreveu.
David Amess era deputado desde 1983, católico, opositor ao aborto e defensor dos direitos dos animais, tendo também feito campanha pelo ‘Brexit’.
Em 2016, a deputada do Partido Trabalhista Jo Cox foi assassinada por um militante de extrema-direita uma semana antes do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia.
Dois outros deputados, o Liberal Democrata Nigel Jones, em 2000, e o trabalhista Stephen Timms, em 2010, foram vítimas de ataques com facas, tendo ambos sobrevivido, embora um assessor de Jones tenha morrido ao tentar protegê-lo.