A poucas semanas dos britânicos manifestarem se querem ou não continuar na União Europeia, os protagonistas do “sim” e do “não” desdobram-se em apelos.
O “isolamento nunca serviu o país”, disse o primeiro-ministro, David Cameron, adepto da continuidade na União Europeia, recordando a História e as palavras de Winston Churchill. Cameron é da opinião que a Grã-Bretanha precisa da União Europeia para combater o Estado Islâmico e não só.
“Vejo uma nova Rússia beligerente, o crescimento do Estado Islâmico e a crise migratória. Lidar com estes assuntos requer unidade do ocidente”, afirmou, de acordo com a Reuters.
Com o divórcio, “a cooperação tornar-se-á mais complexa e o acesso a informações mais difícil”, concretizou, recordando os atentados de Paris e de Bruxelas.
David Cameron defende que, afinal, ficar na União Europeia é que é um "ato de patriotismo".
“Sentar-me à mesa com 27 chefes de governo e de Estado lembra-me como é extraordinário que os países se sentem à mesma mesa para resolver os seus problemas e disputas”, cita o Guardian.
David Cameron aposta, portanto, quase todas as fichas no argumento da segurança para ganhar votos, mas a oposição, que defende a saída da União Europeia, critica esta estratégia do “sim”.
“Não posso creditar que o primeiro-ministro pense seriamente que deixar a UE fosse desencadear uma guerra no continente europeu”, disse Boris Johnson,ex-mayor de Londres, e o líder da campanha a favor do Brexit.
Johnson argumentou que a paz na Europa tem sido assegurada pela NATO e não pela União Europeia, dando como exemplo do "mau trabalho" da política externa da UE o caso da Ucrânia. Mas, logo Jack Straw, antigo líder Trabalhista, o apelidou de "apologista de Putin".
I'm sorry to say, but @BorisJohnson is totally ignorant of the facts on Ukraine, EU and Russia. Apologist for Putin. https://t.co/awLF4wqAdN
— Carl Bildt (@carlbildt) 9 de maio de 2016
yet only 2 years ago Boris said of Ukraine "this is Putin's war & his responsibility" https://t.co/21RAPcy8TO
— Edward Lucas (@edwardlucas) 9 de maio de 2016
O referendo é a 23 de junho.