O repórter que estava preso há um ano na Turquia foi libertado, nesta sexta-feira, após pressão da parte dos alemães. Deniz Yucel foi detido a 14 de fevereiro de 2017, em Istambul, sob acusações de propaganda e terrorismo.
O anúncio foi feito pelo jornal alemão Die Welt, onde o próprio trabalha como jornalista.
Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro turco, Binali Yildrim, em visita à Alemanha, manifestou vontade de acelerar o processo do repórter. Por sua vez, Angela Merkel pressionou o governo da Turquia para que libertasse o jornalista.
Consequentemente, Sigmar Gabriel, ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, confirmou que Deniz vai agora deixar a Turquia, como resultado dos esforços diplomáticos alemães.
A prisão do jornalista de 44 anos e com cidadania dupla – alemã e turca – incendiou os ânimos e originou discussão acerca da relação entre os dois países.
Como conta o repórter da BBC, no ano passado, o presidente da Turquia comentou o caso de Deniz Yucel.
Eles estão a esconder um terrorista, um espião, na embaixada alemã. Merkel pediu-me que o libertasse. E eu disse-lhe que temos um poder judicial independente. Ele vai pagar por ser um terrorista”, afirmou Erdogan.
Nesta sexta-feira, o discurso do primeiro-ministro turco já foi um pouco diferente.
Parece que alguns problemas na nossa relação desapareceram”.
A detenção em 2017 foi feita depois de Deniz ter denunciado um suposto ataque informático ao ministro da Energia turco, afirmando que a conta de correio eletrónico do político teria sido pirateada.
De acordo com a agência noticiosa turca Anadolu, a acusação, que pedia 18 anos de prisão para o jornalista, acusado de “propaganda terrorista” e “inimizade agitada”, só foi formalmente conhecida na semana passada.
Deniz Yucel faz parte do grupo de mais de 100 jornalistas e escritores presos na Turquia desde a tentativa de golpe de Estado de julho de 2016, contra o atual presidente Recep Tayyip Erdogan.
Contrariamente à situação de Deniz Yucel, outros cinco detidos com cidadania dupla não tiveram tanta sorte e continuam presos na Turquia por motivos políticos.