Itália aprova lei para que supermercados deem comida não vendida - TVI

Itália aprova lei para que supermercados deem comida não vendida

Restaurantes italianos

Plano "Desperdício Zero" tem como objetivo promover a doação, para setores mais vulneráveis da população, de alimentos que seriam desperdiçados e pretende fazer poupar cerca de um milhão de toneladas de comida por ano

O governo italiano aprovou, na terça-feira, um projeto de lei contra o desperdício alimentar, com o apoio de 181 senadores e 16 abstenções. O plano "SprecoZero" ("Desperdício Zero", em livre tradução do italiano) tem como objetivo promover a doação, para setores mais vulneráveis da população, de alimentos que seriam desperdiçados e pretende fazer poupar cerca de um milhão de toneladas de comida por ano

De acordo com o diário britânico The Independent, a nova legislação encoraja também as famílias a levarem para casa os restos das refeições que fazem fora e os agricultores a doarem para a caridade os excedentes da produção.

À proposta opuseram-se apenas dois senadores e um absteve-se. De acordo com os restantes, o desperdício de alimentos tem custado às empresas e às famílias italianas mais de 12 milhões de euros por ano, o equivalente a 1% do PIB do país.

Além disso, tendo em conta que Itália apresenta uma dívida pública de 135%, uma taxa de desemprego que ronda os 20% e que milhões de italianos podem ser considerados pobres, o desperdício de comida é injustificado. Este é um dos motivos que levou o governo italiano a aprovar, há cerca de três meses, legislação que não entende como crime o roubo de pequenas quantidades de comida devido à fome.

As novas legislações visam assim levantar obstáculos outrora colocados às empresas e aos particulares que pretendiam doar produtos à caridade.

A quantidade de comida desperdiçada, atualmente, na Europa, poderia alimentar 200 milhões de pessoas", refere o The Independent, que cita a FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.

Medidas semelhantes foram tomadas noutros países, ainda que de forma mais coerciva. Em França, por exemplo, os proprietários dos supermercados devem pagar indemnizações superiores a 75 mil euros sempre que não assinarem contratos de doação com entidades solidárias.

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