O Taj Mahal, localizado na cidade de Agra, na Índia, está em risco de desaparecer devido ao estado cada vez mais danificado do monumento e aos sucessivos avanços e recuos do Supremo Tribunal e das autoridades indianas, que teimam em não resolver o problema.
De acordo com a BBC, a estrutura de um dos principais monumentos da Índia e do mundo está cada vez mais degradada, sendo possível ver várias fissuras na cúpula da estrutura. Segundo avança a emissora britânica, as torres altas que compõem o mausoléu de mármore estão mesmo à beira do colapso.
No entanto, a situação não é recente. No ano passado, o advogado Mahesh Chandra Mehta apresentou uma petição ao Supremo Tribunal da Índia, pedindo que fossem reunidos esforços para salvar o Taj Mahal.
O Taj Mahal deve ser protegido. Porém, se a indiferença dos funcionários continuar, então, deve ser fechado. Se as coisas não forem feitas corretamente, as autoridades deveriam demoli-lo”, pode ler-se na petição, de acordo com a BBC.
Os juízes concordaram com o advogado e ordenaram audiências periódicas com os responsáveis de forma a lutar pela conservação do edifício. No entanto, a medida acabou por não ter grande efeito.
Sucessivos esforços
Mahesh Chandra Mehta já tinha entregue outras petições ao Supremo Tribunal. Desde 1980 que o advogado pede às autoridades indianas que sejam tomadas medidas para preservar o Taj Mahal.
Na altura, o advogado estava particularmente preocupado com uma refinaria de petróleo, que estava a contaminar o ar em Angra, tendo sido descoberto níveis consideráveis de dióxido de enxofre na atmosfera.
Depois da primeira petição entregue pelo advogado em 1984, o Supremo Tribunal anunciou que iria elaborar uma lista de medidas para reduzir a contaminação na região. Várias empresas industriais poluentes foram obrigadas a fechar, principalmente aquelas que estavam muito próximas do Taj Mahal.
O Supremo Tribunal decretou ainda que a indústria pesada tinha de ser mantida a uma certa distância do monumento e proibiu a utilização de carros movidos a diesel. No entanto, Mahesh afirma que as autoridades não seguiram as ordens do tribunal.
Infelizmente, nada mudou e tive de bater à porta do Supremo Tribunal novamente.”
"Cidade inteligente"
Depois de ter aceitado a última petição de Mahesh, no ano passado, o Supremo Tribunal confiou a tarefa de conservar o Taj Mahal a K Mohan Rao, chefe administrativo da cidade.
De acordo com a BBC, K Mohan Rao afirmou que já estão a ser tomadas medidas.
Estão a ser instaladas unidades de tratamento de águas residuais”, afirmou o chefe administrativo.
Segundo ele, o objetivo é tornar Agra uma “cidade inteligente, o que implica uma renovação completa da infraestrutura.”
Ainda assim, o advogado Mahesh Chandra Mehta não se mostra satisfeito com a decisão de K Mohan Rao. Para ele, o Taj Mahal só poderia ser conservado se fosse realizado um estudo sobre a forma como feita a conservação da estrutura durante o reinado britânico na Índia.
Depois de tanto tempo dedicado à preservação do Taj Mahal, Mehta revela que tem poucas esperanças de que o monumento vá ser salvo. À medida que a construção se degrada a cada dia que passa, o advogado afirma que, um dia, o Taj Mahal, poderá ser apenas uma lembrança.
O Supremo Tribunal já pediu a várias agências que realizassem estudos sobre como se pode salvar o Taj Mahal. Essas agências foram apresentando as suas conclusões, de tempos em tempos. E a Justiça tem emitido ordem atrás de ordem, mas, infelizmente, as autoridades não são sérias. Já estou a envelhecer, mas vou continuar a lutar”, afirma Mehta, ainda com esperança.
O Taj Mahal é um dos principais pontos turísticos da Índia. Foi construído na cidade de Agra no século 17 pelo imperador Shah Jahan, em homenagem à sua rainha favorita, Mumtaz Mahal, que morreu no parto do ser 14.º filho. O templo é considerado Património da Humanidade pela UNESCO e foi anunciado, em 2007, como uma das sete maravilhas do mundo moderno.