É australiana, viajou para a Colômbia, foi detida com 5,8 quilogramas e cocaína e arrisca agora 25 anos de cadeia no país. O impensável aconteceu a Cassandra Sainsbury, de 22 anos. A jovem diz-se inocente e a família quer provar que serviu de isco para traficantes.
Esta personal trainer e bombeira voluntária foi apanhada com droga escondida dentro dos phones que trazia na bagagem, no aeroporto de Bogotá quando estava para embarcar de volta a casa, a 12 de abril.
O seu caso virou notícia e teve impacto nas redes sociais, já que a família, que vive em Adelaide, garante que é inocente e quer fazer tudo para a tirar da cadeia El Buen Pastor, a maior prisão para mulheres do país. A primeira tentativa falhou: a fiança foi negada e o julgamento pode levar até dois meses.
A irmã de Cassandra iniciou uma campanha online, através do site FundRazr, que a esta altura já arrecadou mais de 3.800 dólares (cerca de 3.500 euros). Só com 15.000 dólares (13.760 euros) conseguirá fazer face às despesas legais.
A jovem falou pela última vez com sua mãe, Lisa Evans, há cerca de uma semana, assegurando que está bem, segura e está até a aprender espanhol na prisão.
A família suspeita de um homem colombiano com quem Cassanda fez amizade. "É uma situação devastadora. É algo que eu nunca pensei que teria que lidar com em toda a minha vida ", lamentou a mãe, na segunda-feira.
É um pesadelo, é mesmo. Ela mencionou esses auscultadores (os phones) que queria comprar para oferecer lembranças à família e amigos no seu casamento (que iria realizar-se em fevereiro) e este homem disse-lhe: 'Bem, eu conheço um tipo que, se comprares 16 ou 18, pode fazer um bom preço'".
Segundo a família, acabou por ser esse homem a ajudá-la no processo, sendo que no dia do voo de regresso à Austrália entregou-lhe um pacote envolvido por um saco plástico preto. "Ela colocou-o na bagagem e, ingénua, fez apenas um pequeno rasgão para garantir que eram mesmo os phones".
Quando foi detida, a jovem terá telefonado ao homem que a ajudou a efetuar a compra. Confrontado com o que lhe aconteceu terá dito apenas "Oh, foste presa" e logo a seguir terá desligado o telefone, que deixou de ter sinal a partir desse momento.
Ele usou-a como isco"
A mãe vive atualmente com uma uma pensão de invalidez. Já indicou que a sua filha tem um bom advogado, que disse que se ela se declarar culpada, enfrenta uma pena mínima de seis anos em comparação com 18 a 25 anos que pode apanhar se continuar a reclamar a sua inocência e a justiça a considerar depois culpada.
Um porta-voz do Departamento de Relações Exteriores e Comércio confirmou que está a prestar assistência a uma mulher australiana presa na Colômbia, mas recusou prestar mais informações, alegando a preservação da privacidade.