«Fiquei consternado porque é amigo, independentemente do que lhe venha a acontecer. Só posso mandar uma mensagem de abraço», afirmou Xanana Gusmão, quando questionado pelos jornalistas no final de um encontro com o ministro da Defesa português, José Pedro Aguiar-Branco.
Três dias depois de ter sido detido em Lisboa, o ex-primeiro-ministro ficou segunda-feira em prisão preventiva por indícios de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção, mas o seu advogado já anunciou que vai recorrer desta decisão do juiz Carlos Alexandre.
O ministro da Defesa português chegou hoje a Díli para uma visita de menos de 24 horas para reforço da cooperação entre os dois países no setor da Defesa.
Ao contrário de Xanana Gusmão, Aguiar Branco, escusou-se a comentar a detenção do antigo primeiro-ministro.
«Como sabe eu julgo que este não é o momento, nem a circunstância aqui em Timor para me pronunciar sobre esta matéria», afirmou o ministro, em declarações aos jornalistas no hotel, após um encontro com o primeiro-ministro timorense.
No encontro com Xanana Gusmão, Aguiar-Branco também assinou um memorando de entendimento para a criação de um núcleo de língua portuguesa no centro de formação militar de Metinaro.
Durante a sua permanência em Díli, o ministro da Defesa português vai também reunir-se com o Presidente timorense, Taur Matan Ruak, com o chefe das Forças de Defesa de Timor-Leste, Lere Anan Timur, e visitar o Instituto de Defesa Nacional.