Há 348 jornalistas presos pelo mundo - TVI

Há 348 jornalistas presos pelo mundo

Prisão [Reuters]

Número engloba jornalistas profissionais, colaboradores freelance e bloggers. Só na Turquia, o número de profissionais detidos quadriplicou depois do golpe de estado falhado de julho

O número de jornalistas detidos no mundo aumentou 6% face a 2015, sendo que no caso dos profissionais o aumento foi de 22%: há 187 detidos este ano, sendo que mais de 100 profissionais foram detidos no último ano na Turquia, após o golpe de estado falhado de julho, revela um estudo da organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Um total de 348 jornalistas está atualmente detido no mundo - mais seis porcento do que no ano passado", pode ler-se no relatório da RSF. Esse número engloba jornalistas profissionais, colaboradores e jornalistas-cidadãos. 

Na Turquia, o número de presos "quadruplicou com a tentativa de golpe de estado falhado em julho". 

Também o número de mulheres jornalistas detidas quadruplicou no mesmo período, tendo passado de cinco para 21. 

Isto reflete, em parte, o crescimento do papel da mulher no jornalismo, mas acima de tudo a situação desastrosa na Turquia que atualmente representa um terço das mulheres jornalistas detidas no mundo".

Para o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, "a perseguição de jornalistas pelo mundo está a crescer a um ritmo chocante".

Às portas da Europa, uma caça às bruxas condenou dezenas de jornalistas e transformou a Turquia na maior prisão do mundo para a profissão. No espaço de um ano, o regime de Erdogan esmagou todo o pluralismo dos meios de comunicação, enquanto a União Europeia não disse praticamente nada". 

Segundo a RSF, Turquia, China, Irão e Egito representam mais de dois terços de jornalistas detidos.

No entanto, o número de jornalistas reféns caiu este ano (52) em comparação com os números de 2015 (62). Em 2016, todos os reféns estão no Médio Oriente - 26 na Síria, 16 no Iémen e 10 no Iraque - com 21 jornalistas detidos pelo Estado Islâmico.

Quanto a jornalistas desaparecidos existe apenas um identificado pela organização - Burundian Jean Bigirimana. No ano passado, oito jornalistas estavam desaparecidos. 

Um outro relatório, divulgado pelo Comité para a Proteção de Jornalistas (CPJ) reporta que estão detidos no mundo 259 jornalistas, 81 deles na Turquia. O número é menor porque o CPJ só conta os detidos pelos governos enquanto que a RSF conta com os presos por grupos não governamentais. Segundo a nota, "esses casos - como o do jornalista britânico freelance John Cantlie, detido pelo Estado Islâmico - são classificados como "desaparecidos" ou "sequestrados"".

No top 5 de países com jornalistas presos do CPJ estão a Turquia, China, Egito, Eritreia e Etiópia. "Combinados, esses cinco países, no censo do CPJ, foram responsáveis pela prisão de mais de dois terços de todos os jornalistas aprisionados no mundo inteiro", pode ler-se no relatório.

Pela primeira vez, desde 2008, o Irão não aparece no topo da tabela, " já que muitos dos condenados na repressão pós-eleitoral de 2009 cumpriram as penas e foram libertados".

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