Timor-Leste: Proteção Civil já identificou 36 mortos e dez desaparecidos nas cheias - TVI

Timor-Leste: Proteção Civil já identificou 36 mortos e dez desaparecidos nas cheias

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  • CM
  • 11 abr 2021, 12:52

Mais de 4.500 famílias foram afetadas pelas cheias e há, pelo menos, 12.000 deslocados

As autoridades timorenses já identificaram 36 mortos e dez desaparecidos nas cheias que assolaram há uma semana Timor-Leste, informou a Proteção Civil, revendo o balanço anterior de 26 mortos e 11 desaparecidos.

De acordo com os dados a que a agência Lusa teve acesso, há 20 mortos e dois desaparecidos na capital Díli, enquanto os restantes municípios totalizam 16 óbitos. Oito corpos (quatro em Ainaro e outros tantos em Manatuto) ainda estão por resgatar.

No caso de Díli, o maior número de vítimas regista-se no posto administrativo de Don Aleixo, com sete mortos em Manleuana-Beduku, cinco em Moris Foun, quatro na aldeia 30 Agosto, um em Malinamuk, um em Fatuhada e um em Vila-Verde. Há ainda mortos a registar nos arredores da capital em Hera”, lê-se em comunicado da Proteção Civil.

A Componente Naval das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e a Unidade de Polícia Marítima da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) têm ajudado nas buscas dos desaparecidos, que podem vir a reclassificar esta contagem nas próximas horas.

As equipas da Eletricidade de Timor-Leste (EDTL) no terreno têm vindo a normalizar o fornecimento de energia elétrica às populações, enquanto o governo entregou tanques e disponibilizou o apoio dos bombeiros para garantir o abastecimento de água e condições sanitárias às populações, sobretudo as que se encontram nos centros de acolhimento.

Várias organizações não-governamentais, empresas de restauração e outras entidades têm investido na entrega diária milhares de refeições quentes e outros bens essenciais.

Nos próximos dias deverá iniciar-se a distribuição de material de construção e limpeza para que possam arrancar as operações de recuperação e reconstrução, sendo que os municípios de Ermera e Covalima “já apresentaram um pedido de apoio ao governo”.

Mais de 4.500 famílias afetadas e 12.000 deslocados

As cheias afetaram, ainda, mais de 4.500 famílias, tendo causado também mais de 12.000 deslocados.

De acordo com os dados a que a agência Lusa teve acesso, 63,76% dessas 590 famílias afetadas residem no município de Díli, igualmente o mais afetado no somatório de habitações destruídas por inundação ou derrocadas, com um total de 4.384 casas.

“A subida das águas provocou a inundação de áreas agrícolas, sendo determinada uma área destruída de 253 hectares, com especial incidência nos municípios de Aileu, Bobonaro, Ermera e Manatuto”, lê-se em comunicado da Proteção Civil.

Quanto à disponibilidade das infraestruturas públicas, foi identificada “a impraticabilidade de circulação em, pelo menos, 21 estradas de âmbito nacional, regional e urbano, oito pontes que não oferecem condições de segurança e diversos edifícios públicos”.

“Ao nível do apoio de emergência, de um total de 4.798 beneficiários inicialmente referenciados, até 9 de abril foi prestado apoio a 3.915, o que corresponde a 81,6% da população alvo, estando a ser envidados esforços para rapidamente se alcançar todas as populações afetadas, especialmente as que se encontram mais isoladas”, prossegue.

Todos os 3.351 beneficiários inicialmente identificados na capital Díli foram auxiliados, numa situação idêntica aos 80 residentes em Lautem e aos seis em Ainaro, num quadro inverso a Liquiçá (77 pendentes face a 85 pedidos totais) e Viqueque (416 face a 472).

Os locais de alojamento temporário têm diminuído nos últimos dias, “com as pessoas a serem relocalizadas noutros centros ou, quando existam condições, a regressar às suas habitações”, existindo atualmente 43 em Díli, com 3.010 famílias e 12.378 pessoas.

Nos municípios fora da capital, estima-se um total de mais de 1.580 famílias desalojadas, muitas delas carentes de apoios devido ao isolamento causado pelo corte dos acessos.

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