Dilma diz-se vítima de "golpe parlamentar" - TVI

Dilma diz-se vítima de "golpe parlamentar"

Dilma Rousseff ouvida no processo de impeachment

Sessão no Senado brasileiro durou 14 horas. Presidente brasileira afastada voltou a afirmar a sua inocência

A Presidente suspensa do Brasil, Dilma Rousseff, alertou, na segunda-feira, no Senado brasileiro, onde é alvo de um processo de ‘impeachment' (destituição), que pode ser vítima de um "golpe parlamentar" e culpou um "boicote político" pela crise económica.

Apoio não faltou à antiga chefe de Esatdo. Acompanhada pelo seu antecessor Lula da Silva, a presidente do Brasil com mandato suspenso. Com Dilma Rousseff, estiveram vários ex-ministros do seu governo e outros apoiantes, como o cantor Chico Buarque. 

Num derradeiro esforço para inverter a aprovação da sua destituição, Dilma Rousseff decidiu fazer pessoalmente a sua defesa na câmara alta do Congresso, num processo em que é acusada de editar créditos suplementares em 2015 e de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas "pedaladas fiscais".

A sessão, que durou cerca de 14 horas, começou com uma declaração, na qual Dilma Rousseff disse que não cometeu crimes e pediu justiça aos senadores, alertando que está a ser vítima de um golpe.

“Não aceitem um golpe que, em vez de solucionar, agravará a crise brasileira. Peço que façam justiça a uma presidente honesta que jamais cometeu qualquer ato ilegal na vida pessoal ou nas funções públicas que exerceu”, cita o Globo.

 

A reação do governo de Temer

 O Governo brasileiro, liderado pelo Presidente interino Michel Temer, apressou-se a informar, na noite de segunda-feira, que o debate gerou falsas acusações sobre a retirada de direitos sociais.

"Não é verdade que se debata a estipulação de idade mínima de 70 ou 75 anos aos aposentados; não será extinto o auxílio-doença; não será regulamentado o trabalho escravo; não há privatização do pré-sal (a maior reserva de petróleo do Brasil) e não se cogita revogar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Essas e outras inverdades foram atribuídas de forma irresponsável e leviana ao governo interino", afirmou um comunicado divulgado pelo Palácio do Planalto, de acordo com a Lusa.

O texto é uma resposta as declarações feitas por Dilma Rousseff durante seu depoimento. O deputado brasileiro com mandato suspenso Eduardo Cunha, responsável pela abertura do processo de destituição de Dilma Rousseff, disse que a chefe de Estado mentiu no depoimento que deu no julgamento do Senado (câmara alta parlamentar).

No discurso inicial do processo no Senado, Dilma Rousseff não poupou Michel Temer, o vice-presidente que ficou com o lugar. 

São pretextos para viabilizar um golpe na Constituição. Um golpe que, se consumado, resultará na eleição indireta de um governo usurpador”disse.

Aos senadores, a Presidente com mandato suspenso declarou que Eduardo Cunha, quando exercia o cargo de Presidente da Câmara dos Deputados, arquitetou um plano contra ela juntamente com outros opositores, atuando diretamente para inviabilizar a aprovação de projetos enviados pelo seu Governo no último ano.

Todos sabem que este processo de impeachment foi aberto por uma “chantagem explícita” do ex-Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, como chegou a reconhecer em declarações à imprensa um dos próprios denunciantes. Exigia aquele parlamentar que eu intercedesse para que deputados do meu partido não votassem pela abertura do seu processo de cassação", sustentou Dilma.

Eduardo Cunha reagiu nas redes sociais.

 

"A Presidente afastada [Dilma Rousseff] segue mentindo, visando a dar seguimento ao papel de personagem de documentário que resolveu exercer, após a certeza do seu impedimento, em curso pelo julgamento em andamento. A presidente afastada mente se utilizando da técnica fascista de que uma mentira é exaustivamente repetida até se tornar verdade", como se pode ler. 

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