"Super pai" faz 24 km diários para que a filha possa ser médica - TVI

"Super pai" faz 24 km diários para que a filha possa ser médica

  • DA
  • 8 jan 2020, 20:17

Exemplo de Mia Khan foi reconhecido pelo governo do Afeganistão

Mia Khan vive na província de Paktika, no Afeganistão. A história deste homem, que luta pela educação das suas três filhas, chegou até ao governo afegão. Este pai faz 24 quilómetros todos os dias para garantir a educação das meninas, que estudam na escola de Nuraniya.

Por questões de segurança, as crianças, de 8, 10 e 12 anos, têm de ser acompanhadas durante o percurso até à escola.

A ausência de segurança é uma realidade para quem vive no Afeganistão. Não podemos passear em segurança, os nossos familiares não podem viajar pela cidade com facilidade e os nossos filhos não podem ir sozinhos para a escola”, conta Mia Khan ao site Reporterly.

O Comité Sueco para o Afeganistão (SCA, na sigla em inglês) – ONG que defende a inclusão feminina no Afeganistão - acredita que este homem, com uma família de 12 elementos, é um exemplo para a integração das mulheres na sociedade do país.

Todos os dias, Mia Khan faz 12 quilómetros na direção da escola, levando as filhas na sua motorizada. Espera algumas horas pelas meninas, voltando a fazer os mesmos 12 quilómetros no regresso a casa.

O ASG afirma que este homem defende que “estudar é um direito das minhas filhas”.

Levo as minhas filhas todos os dias à escola para que possam estudar e ter uma experiência diferente da minha e da mãe delas”, afirma o homem.

Esta rotina diária criou uma corrente de admiração nas redes sociais e levou a estória de Mia Khan até ao governo afegão. Na semana passada, o ministro da Educação do país, Mirwais Balkhi, homenageou o famoso pai e apelidou-o de “herói da educação”. Na sequência deste exemplo de vida, o ministro anunciou, num comunicado difundido pelo South China Morning Post, a intenção de construir uma escola na aldeia de Mia Khan e batizá-la com o seu nome.

Esta estória está a correr o mundo, principalmente porque acontece num país em que, segundo dados de 2015, 60% da população é analfabeta e o valor sobe para os 75% quando nos focamos apenas no género feminino.

Mia Khan, acredita que “o papel das mulheres na sociedade tem tanto valor como o dos homens” e sonha que a sua filha Rozie, de 12 anos, possa vir a ser a primeira médica da aldeia.

Continue a ler esta notícia