O macaco que não tem direto à "selfie" que tirou - TVI

O macaco que não tem direto à "selfie" que tirou

  • BM
  • 12 set 2017, 13:36
"Selfie" do macaco Naruto

Fotógrafo britânico argumentava que os direitos de autor da fotografia eram seus, mas uma associação de defesa dos animais defendia que ou eram do macaco ou não eram de ninguém

Uma “selfie” engraçada de um macaco transformou-se numa batalha jurídica de dois anos. Finalmente, o caso chegou ao fim. O fotógrafo David Slater e a associação de defesa dos animais PETA chegaram a acordo sobre os direitos de autor do macaco, de acordo com a CNN.

Em 2001, o fotógrafo britânico David Slater esteve numa floresta da Indonésia, onde decidiu montar o seu equipamento para tirar fotografias. Entretanto, um grupo de macacos aproximou-se do local e um dos animais, chamado Naruto, apoderou-se da máquina fotográfica e tirou uma “selfie”.

A fotografia tornou-se bastante conhecida, até porque David Slater a publicou num livro da sua autoria, e começaram as disputas sobre os direitos de autor da imagem.

Até 2015, o fotógrafo britânico travou uma série de divergências com uma organização de defesa dos animais, denominada PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais).

David Slater argumentava que os direitos de autor da “selfie” eram seus e a PETA defendia que ou eram do macaco Naruto ou não eram de ninguém.

Em 2015, o fotógrafo, cansado da situação, avançou para tribunal. Nas audiências, a PETA acusou David Slater de ter violado os direitos de autor do macaco Naruto. Já o fotógrafo defendeu que, uma vez que é um macaco, Naruto não tem direitos de autor. A verdade é que a justiça norte-americana deu razão a David Slater.

No acordo entre David e a PETA, ficou decidido que o fotógrafo britânico vai doar 25% das receitas obtidas com a utilização e venda da “selfie” do macaco a instituições de caridade que protejam o habitat dos macacos, na Indonésia.

PETA e David Slater concordaram que este caso levanta questões importantes sobre a expansão dos direitos legais para os animais não humanos, um objetivo que ambos apoiam e, por isso, continuarão os seus respetivos trabalhados para alcançar esse objetivo”, disseram as duas partes envolvidas, citadas pela CNN.

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