Barack Obama levou Donald Trump para o discurso à nação - TVI

Barack Obama levou Donald Trump para o discurso à nação

Este foi o último discurso do Estado da União do presidente dos Estados Unidos. Para o ano, o protagonista já é outro

No seu último discurso do Estado da União, na terça-feira, o ainda presidente dos Estados Unidos falou sobre a maneira como está a correr a campanha para eleger o seu sucessor, mas preferiu não tocar no tema da noite, os militares norte-americanos detidos pelo Irão.

O discurso do Estado da União diante das duas câmaras do Congresso (Câmara dos Representantes e Senado), que arrancou pelas 21:10 de terça-feira, nos Estados Unidos (02:10 de quarta-feira em Lisboa).

O candidato republicano, Donald Trump, foi criticado por Barack Obama pela sua retórica contra os muçulmanos, que vai contra os valores da sociedade americana.

“Quando os políticos insultam os muçulmanos, isso não nos deixa mais seguros. É apenas errado”, uma passagem do discurso que, de acordo com a Reuters, recebeu muitos aplausos na sala.


“Enquanto nos centramos em destruir o Estado Islâmico, as mensagens exageradas que referem que esta é a Terceira Guerra Mundial apenas beneficiam” os jihadistas, afirmou Obama perante o Congresso.

“Eles não ameaçam a nossa existência nacional. Essa é a história que o Estado Islâmico quer contar, é o tipo de propaganda que usam para recrutar”, frisou.

O presidente tentou, assim, acalmar quem vê no combate ao Estado Islâmico uma “ameaça” à América e exortou o Congresso a aprovar uma base legal e específica para essa campanha.
 

Economia norte-americana está bem


O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que falar em declínio da economia norte-americana é uma “ficção” e pediu para se “acelerar a transição energética” do país, o maior consumidor de petróleo do mundo.

“Já vos disse que todas as discussões sobre o declínio da economia norte-americana são uma ficção política. Os Estados Unidos da América são a nação mais potente do mundo”, afirmou Obama.
 

Cuba e Guantánamo


Há oito anos, Barack Obama dizia “Yes, we can”. Oito anos depois, num discurso que também foi um balanço do seu legado, Obama não pôde esquecer bandeiras e vitórias.

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou a sua promessa de tentar encerrar a prisão de Guantánamo, durante o seu último discurso do Estado da União, na terça-feira à noite.

A prisão localizada em Cuba, “apenas serve de folheto de recrutamento para os nossos inimigos”, sublinhou Barack Obama.


“Vou continuar a esforçar-me para fechar a prisão de Guantánamo: é cara, é inútil e não é mais do que um panfleto de recrutamento opara para os nossos inimigos”, sustentou.


E, depois do reatar das relações com o país de Fidel, Obama, instou o Congresso a levantar o embargo a Cuba.
 

A última batalha de Obama: a luta contra o cancro


Na política doméstica, depois das armas, a outra guerra de Obama é o cancro. O Presidente dos Estados Unidos anunciou uma “nova campanha nacional” contra o cancro, por via da qual pretende aumentar os recursos públicos e privados para combater a doença.

“Pelos entes queridos que todos perdemos, pela família que ainda podemos salvar, façamos com que os Estados Unidos sejam o país que cura o cancro de uma vez por todas”, disse.


Obama colocou à frente da iniciativa o seu vice-presidente, Joe Biden, que fez da luta contra o cancro uma prioridade pessoal desde que, em maio, perdeu o seu filho Beau, de 46 anos, devido a um tumor cerebral.


Obama e os republicanos


O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou, na noite de terça-feira, que espera poder trabalhar este ano com os republicanos no Congresso para levar adiante “prioridades bipartidárias” como a reforma do sistema de justiça penal.

Apesar disso, afirmou que continuará a lutar para reformar o sistema de imigração, proteger os cidadãos da violência das armas de fogo ou pelo aumento do salário mínimo.

Contudo, “as expetativas do que vamos conseguir este ano são baixas”, reconheceu Obama, no seu último discurso do Estado da União, dado que os Estados Unidos estão em plena época eleitoral, com as eleições presidenciais marcadas para novembro.
Continue a ler esta notícia