Donald Trump Jr. divulgou, esta terça-feira, no Twitter, fotografias dos emails que terá recebido do produtor de música Rob Goldstone e demonstram que recebeu informação que poderia prejudicar a campanha de Hillary Clinton durante as eleições para as presidenciais norte-americanas.
De acordo com as imagens divulgadas, Rob Goldstone disse ao filho do presidente norte-americano que o Governo russo tinha oferecido à "campanha de Trump alguns documentos oficiais e informação que incriminaria Hillary" que "seriam bastante úteis" a Trump.
"Esta é, obviamente, informação importante e bastante sensível, mas vem por parte da Rússia e que demonstrava o apoio do governo russo ao Sr. Trump", escreve ainda o produtor, que enviou os email em nome de Emin Agalarov, estrela de pop russa e filho de um bilionário russo próximo de Vladimir Putin, para tentar marcar um encontro entre Trump Jr. e a advogada russa Natalia Veselnitskaia. A jurista teria recebido informação prejudicial para a adversária de Trump nas presidenciais norte-americanas e estava disposta a partilhá-las.
A resposta de Trump Jr. não tardou e 17 minutos depois diz a Goldstone: "Se é o que dizes, adoro, especialmente depois do verão".
A troca de emails data do verão de 2016, altura em que Donald Trump Jr. andava em campanha com o pai. Nos emails, Rob Goldstone disse ainda ao filho do presidente norte-americano que Aras Agalarov, o pai de Emin, teria tido um encontro com o procurador-geral da Rússia onde se ofereceu para dar à campanha de Donald Trump informação e documentos que incriminariam Hillary Clinton, relativos também às relações da candidata democrata com a Rússia.
“O Emin acabou de me ligar e pediu-me para te contactar com uma coisa muito interessante. O procurador-geral da Rússia encontrou-se com o pai dele, Aras, esta manhã e na reunião ofereceu-se para dar à campanha Trump alguns documentos oficiais e informação que incriminaria Hillary e as suas relações com a Rússia e seria muito útil ao teu pai. Isto é, obviamente, informação de alto nível e sensível, mas é parte do apoio da Rússia e do seu governo ao senhor Trump - com apoio de Aras e Emin. Como achas que seria a melhor forma de lidar com esta formação e estaria disponível para falar com o Emin diretamente sobre isto? Também posso enviar esta informação ao teu pai via Rhona, mas é ultra sensível, por isso preferia enviar-te primeiro”, pode ler-se num dos emails enviados pelo promotor ao filho de Donald Trump.
Here's my statement and the full email chain pic.twitter.com/x050r5n5LQ
— Donald Trump Jr. (@DonaldJTrumpJr) 11 de julho de 2017
Here is page 4 (which did not post due to space constraints). pic.twitter.com/z1Xi4nr2gq
— Donald Trump Jr. (@DonaldJTrumpJr) 11 de julho de 2017
A divulgação dos emails por Donald Trump Jr. surge depois deste já ter admitido que se teria reunido com a advogada russa e que o fez porque estava interessado em receber a prometida informação sobre Hillary Clinton.
O filho de Trump admitiu o encontro depois do mesmo ter sido denunciado pelo New York Times. No entanto, Donald Trump Jr. não tinha admitindo que a advogada estaria ao serviço do Kremlin.
O jornal norte-americano refere ainda que marcaram presença também o seu diretor de campanha, Paul J. Manafort, e o seu genro, Jared Kushner. Ambos tinham admitido que o encontro aconteceu, embora sem revelar o conteúdo das conversas, segundo documentos confidenciais do governo descritos no New York Times.
O encontro se deu-se a 9 de junho de 2016, na Trump Tower, e apenas duas semanas depois de Trump ter conseguido a nomeação pelos republicanos. Esse timing é tido muito em conta nas investigações federais sobre a alegada intromissão do Kremlin nas eleições presidenciais. A julgar por estes novos desenvolvimentos, alguns membros da campanha de Trump estiveram dispostos a aceitar a ajuda russa nesse sentido.