Uma cimenteira mexicana quer ajudar Donald Trump a construir o muro na fronteira com os Estados Unidos, que o Presidente eleito tanto prometeu (em jeito de ameaça) durante a campanha para a Casa Branca.
Não podemos ser esquisitos”, justifica a empresa, uma das maiores do país em materiais de construção, em entrevista citada pela agência Reuters.
E há uma segunda explicação, segundo o diretor da Grupo Cementos de Chihuahua (GCC).
Somos um importante produtor de materiais de construção e temos de respeitar os nossos clientes dos dois lados da fronteira”, argumenta Enrique Escalante.
É que apesar de a GCC estar do lado da fronteira onde, segundo Trump, se encontram os violadores, traficantes e imigrantes indesejáveis, a maior parte da sua faturação (70%) passa pelo El Dorado norte-americano, onde possuem ainda três fábricas.
E na possibilidade de construírem um muro “grande, bonito e poderoso” ao longo de 3200 quilómetros de separação, como idealiza o magnata nova-iorquino, não cabem problemas de consciência.
A cimenteira não podia, aliás, estar mais entusiasmada com os planos megalómanos de Trump.
Neste ramo da construção, Trump é alguém que favorece a indústria”, defende.
A promessa da construção de um muro na fronteira com o México e a expulsão dos imigrantes ilegais foram duas das polémicas medidas anunciadas por Donald Trump caso fosse eleito Presidente dos Estados Unidos. Promessas que geraram controvérsia não só em solo americano, mas também no país vizinho, e que, para já, não passam disso mesmo.