Afinal, Trump não quer que os militares disparem contra imigrantes - TVI

Afinal, Trump não quer que os militares disparem contra imigrantes

  • AM - com Lusa
  • 2 nov 2018, 19:11
Donald Trump

Presidente dos EUA veio agora dizer que os imigrantes ilegais que atirem pedras devem ser detidos e não baleados pelos militares

Afinal, Donald Trump não quer que os militares disparem contra os imigrantes. Segundo a Reuters, o presidente dos EUA diz que os imigrantes ilegais que atirem pedras contra os militares devem ser detidos "durante muito tempo" e não baleados.

Por outro lado, observou que o que os migrantes que atiraram pedras à polícia e aos militares mexicanos fizeram foi "uma vergonha" e que os Estados Unidos "não vão admitir" que eles repitam a dose.

As declarações surgem um dia depois de Trump ter revelado que disse aos militares destacados para a fronteira com o México que se os migrantes da América Central lhes atirarem pedras, devem agir como se as pedras fossem “espingardas”.

Se alguém atirar pedras – como fizeram no México – [os militares] poderão disparar sobre eles, porque se lhes acertarem com uma pedra na cara…”, afirmou Trump numa conferência de imprensa na Casa Branca.

Para impedir que os migrantes centro-americanos que se deslocam em caravanas e se dirigem aos Estados Unidos para pedir asilo entrem no país, mais de 7.000 militares estarão posicionados "até ao fim do fim de semana" nos Estados norte-americanos fronteiriços com o México - Califórnia, Arizona e Texas -, indicou o Comando Norte do Exército Norte-Americano (Northcom).

Este número corresponde ao que já tinha sido anunciado: o envio para a fronteira de 5.239 soldados, que ali se reunirão a 2.100 reservistas da Guarda Nacional já destacados há vários meses, precisou Michael Kucharek um porta-voz do Northcom.

É esse o comando militar que vai supervisionar a operação batizada como "Patriota Fiel", destinada a deter as caravanas formadas por milhares de migrantes, na maioria hondurenhos aos quais pelo caminho se juntaram guatemaltecos, salvadorenhos e outros, a fugir à miséria e à violência.

Os reforços militares serão pré-posicionados nas principais bases militares dos três Estados referidos: a base aérea de Davis-Monthan (Arizona), as bases navais de San Diego (Califórnia) e Corpus Christi (Texas) e a base dos fuzileiros de Camp Pendleton, na Califórnia.

Mas o seu destacamento final "vai ainda ser determinado", disse Kucharek.

Esta sexta-feira, apenas uma centena de militares tinha chegado à localidade de McAllen, no Texas, um dos principais pontos de passagem entre os Estados Unidos e o México, segundo o porta-voz.

Um responsável do Pentágono que pediu o anonimato tinha dito antes que havia um milhar de soldados nessa cidade situada sobre o Rio Grande, que separa os dois países.

Eles serão encarregados de missões logísticas, como montar tendas para os soldados, referiu Kucharek, precisando que o exército norte-americano não recebeu qualquer pedido formal para instalar tendas para os migrantes, um projeto mencionado pelo Presidente, Donald Trump, nos seus discursos eleitorais.

O dispositivo de segurança da fronteira sul dos Estados Unidos estará, assim, completo a dois dias das eleições legislativas intercalares de 06 de novembro, em que está em jogo, para Trump, a manutenção da maioria republicana nas duas câmaras do Congresso, razão pela qual multiplicou o anúncio de medidas suscetíveis de captar o seu eleitorado, nomeadamente sobre o tema da imigração.

"É uma invasão", insistiu na quinta-feira, ao anunciar que vai assinar na próxima semana um decreto sobre o assunto, afirmando que os migrantes detidos na fronteira serão colocados em campos formados por tendas e outras instalações até que sejam deportados ou vejam o seu pedido de asilo aprovado.

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