A “Miss Piggy” de Trump que Hillary trouxe de volta - TVI

A “Miss Piggy” de Trump que Hillary trouxe de volta

No primeiro debate entre os dois candidatos à Casa Branca, a democrata recuperou a história da modelo venezuelana Alicia Machado, Miss Universo em 1996, para atacar o adversário republicano em temas como os direitos das mulheres e a imigração

Vinte anos depois, e com outros tantos quilos ganhos e perdidos pelo meio, a Miss Universo 1996, a venezuelana Alicia Machado, esteve em destaque no primeiro debate presidencial entre os candidatos à Casa Branca Donald Trump e Hillary Clinton. No dia seguinte, passou de tema a entrevistada de Anderson Cooper. Por causa dos quilos a mais e por causa de um passado polémico, pelo qual foi ilibada em tribunal.

Com Alicia Machado, Hillary atacou Trump em três dos seus pontos fracos: as mulheres, os imigrantes e a falta de educação.

A história da modelo venezuelana, que também é cidadã norte-americana, e a quem o candidato republicano chamou de “Miss Piggy”, numa alusão aos quilos a mais, e de “Miss empregada de limpeza”, por ser latina, foi a convidada do programa da CNN, Anderson Cooper 360º, premiado com um Emmy na categoria de jornalismo.

Eu sei o que perdi com ele e ele também sabe. Ele foi muito agressivo. Muito mal-educado. Foi mau comigo. E esta é uma história que tenho de partilhar com a minha comunidade. A comunidade latina não pode aceitar mais insultos. As mulheres não podem aceitar mais insultos. Conheço muito bem o sr. Trump e posso dizer que é a mesma pessoa que conheci há 20 anos”, afirmou Alicia Machado.

No primeiro debate presidencial foi Hillary quem trouxe o assunto à tona, depois de recordar os insultos do republicano à mulher que foi eleita uma das mais belas do Universo em 1996, precisamente o ano em que o multimilionário adquiriu os direitos do concurso de beleza.

Donald, ela tem nome. O seu nome é Alicia Machado. Ela tornou-se cidadã dos Estados Unidos e pode apostar que ela vai votar em novembro”, disse Hillary.

Mas os apoiantes de Trump tinham um trunfo na manga, o outro passado de Alicia, que passou pelo tribunal, depois de ter sido acusada de conduzir o carro da fuga de um local onde tinha ocorrido um crime, em 1998, na Venezuela, alegadamente cometido pelo seu namorado.

Nunca foi acusada. Mas o juiz deste caso disse que [a Alicia] ameaçou-o de morte depois de ele indiciar o seu namorado por tentativa de homicídio. Quero dar-lhe a oportunidade de esclarecer a situação", observou Anderson Cooper.

Alicia respondeu, mas evitou entrar em detalhes.

Ele [Trump] pode dizer o que quiser, não me interessa. Eu tenho um passado, todos têm um passado. Não sou nenhuma santa, mas não é essa a discussão. A discussão é que Trump foi muito bruto comigo, tentou destruir a minha autoestima. E agora eu sou uma voz na comunidade latina. Estou num grande momento da minha vida e tenho uma vida transparente. E posso mostrar os meus impostos”, comentou.

No dia seguinte ao debate presidencial e à celeuma em torno da modelo, Donald Trump lamentou que Hillary Clinton “descobrisse a rapariga e falasse dela como se fosse a Madre Teresa”. O candidato republicano lembrou que tudo aconteceu há muito tempo e que tiveram “grandes problemas” com Alicia.

Não foi bem assim, mas tudo bem. Hillary tem de fazer o que tem de fazer”, condenou.

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