O assessor da Casa Branca Alexander Vindman disse esta terça-feira que considerou “incorreto e inapropriado” o telefonema do Presidente dos EUA com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante o inquérito para destituição de Donald Trump.
Alexander Vindman, especialista sobre a Ucrânia do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, disse esta terça-feira, que ficou “preocupado” enquanto tirava notas do telefonema entre Donald Trump e Zelensky, a 25 de julho - a chamada que está no centro do inquérito para a destituição do Presidente dos EUA, em que Trump é acusado de ter tentando pressionar o homólogo ucraniano a investigar Joe Biden, rival político do líder norte-americano.
Vindman disse à comissão de inquérito que se sentiu impelido a reportar a sua preocupação aos advogados do Conselho de Segurança Nacional, já que o que ouviu no telefonema foi “incorreto e inapropriado”, porque é “impróprio para o Presidente dos Estados Unidos pedir a um Governo estrangeiro para investigar um cidadão dos EUA e oponente político”.
O testemunho de Vindman serviu para os representantes democratas contestarem a argumentação de defesa de Donald Trump, que tem considerado o telefonema para Zelensky como “totalmente correto”, rejeitando o seu fundamento de base para o inquérito de destituição.
Para Vindman, que ouviu o telefonema na qualidade de assessor da Casa Branca, ficou “claro que se a Ucrânia iniciasse uma investigação às eleições de 2016, aos Biden e à Burisma, a empresa ucraniana que contratou o filho de Joe Biden, isso seria um jogo partidário”, referindo-se às exigências que Trump terá feito a Zelensky.
A comissão de inquérito também ouviu esta terça-feira Jennifer Williams, assessora sénior de Mike Pence, vice-Presidente dos EUA, que também ouviu o telefonema e se mostrou preocupada com a conversa telefónica entre os dois líderes, considerando que ela tinha um teor “político”, ao referir-se ao pedido de investigação a um adversário eleitoral de Trump.
“O teor político da conversa não me pareceu normal, numa conversa com um Presidente de um país estrangeiro”, disse Williams perante o Congresso.
Alexander Vindman disse ainda que não lhe pareceu estranho que o telefonema fosse gravado num servidor seguro, na Casa Branca, por lhe terem explicado que o cuidado servia para “prevenir fugas de informação” de informação classificada, o que lhe pareceu natural.