O chefe do pessoal da Casa Branca, Mark Meadows, disse hoje que Donald Trump passou por um período "muito preocupante" na sexta-feira e que as próximas 48 horas "serão críticas" para a recuperação do presidente norte-americano.
Na sexta-feira Donald Trump, de 74 anos, anunciou na sua página pessoal da rede social Twitter que, tal como a primeira-dama, Melania, tinha testado positivo ao coronavirus e que iria ficar em quarentena.
Tonight, @FLOTUS and I tested positive for COVID-19. We will begin our quarantine and recovery process immediately. We will get through this TOGETHER!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 2, 2020
Horas depois, foi internado por medida de precaução no Hospital Militar Walter Reed.
"Ainda não estamos num caminho claro para uma recuperação completa", disse Mark Meadows, contradizendo a avaliação avançada por pessoal da Casa Branca desde que Trump revelou o seu diagnóstico, bem como pelos seus médicos, que hoje atualizaram o público numa conferência de imprensa no Walter Reed National Military Medical Center.
A conferência de imprensa do Comandante da Marinha e médico Sean Conley levantou mais questões do que aquelas a que respondeu, pois Conley recusou-se repetidamente a dizer se o presidente alguma vez precisou de oxigénio suplementar e a discutir exatamente quando ficou doente.
Conley revelou também que Trump começou a exibir "indicações clínicas" da covid-19 na tarde de quinta-feira, mais cedo do que se sabia anteriormente.
"Quinta-feira sem oxigénio. Nenhum, neste momento. E ontem com a equipa, enquanto estivemos todos aqui, ele não estava a oxigénio", disse Conley.
Mas, de acordo com uma pessoa familiarizada com o estado de saúde do presidente norte-americano, citada sob anonimato pela agência Associated Press, Trump recebeu oxigénio na Casa Branca na sexta-feira, antes de ser transportado para o hospital militar.
Conley disse que os sintomas de Trump, incluindo tosse e congestão nasal, "estavam a melhorar", e que o presidente tinha estado livre de febre nas 24 horas anteriores.
"Ele está excecionalmente bem disposto", disse outro médico, Sean Dooley.
Trump tem 74 anos e é clinicamente obeso, o que o coloca em maior risco de complicações graves por causa do vírus que infectou mais de 7 milhões e matou mais de 200 mil pessoas nos Estados Unidos.
Funcionários da Casa Branca, incluindo Meadows, tinham insistido na sexta-feira que Trump tinha apenas "sintomas ligeiros".
"O Presidente Trump tem sintomas ligeiros e tem estado a trabalhar ao longo do dia", disse a secretária de imprensa Kayleigh McEnany, adiantando que Trump só tinha sido enviado para Walter Reed como precaução.
Numa nota divulgada na noite de sexta-feira, Conley adiantou que Trump tinha sido tratado no hospital com remdesivir, um medicamento antiviral, depois de ter tomado outro medicamento experimental na Casa Branca.
Conley recusou-se a dizer quando Trump tinha sido testado pela última vez antes de ter sido confirmada a infeção na quinta-feira.
Sugeriu inicialmente que Trump tinha sido diagnosticado há 72 horas, mas esclareceu mais tarde que foi testado apenas na tarde de quinta-feira, depois da assessora da Casa Branca Hope Hicks ter sido confirmada como positiva e Trump ter dado "indicações clínicas" não especificadas pelo médico.
A Casa Branca disse que Trump deverá permanecer no hospital durante "alguns dias" e que continuará a trabalhar a partir da suíte presidencial do hospital.