Os 538 membros do Colégio Eleitoral votam esta segunda-feira para oficializar a eleição do magnata do imobiliário Donald Trump como o 45.º Presidente dos Estados Unidos. Muitos norte-americanos têm apelado aos grandes eleitores para não confirmarem o voto em Trump, mas a possibilidade de o republicano não chegar à Casa Branca é, para os analistas, uma “ilusão”.
Hillary Clinton conseguiu mais de cerca de 2,8 milhões de votos do que o republicano, mas foi Trump que garantiu o maior número de “grandes eleitores” - 306 contra os 232 da democrata.
Ora, a Constituição norte-americana dá ao Colégio Eleitoral a palavra final, que é como quem diz, o poder de eleger o Presidente.
Se é verdade que os seus membros podem, individualmente, ir contra o voto do estado que representam – quando isto acontece são chamados de “faithless electors” (eleitores infiéis) -, por outro lado, sabe-se que esta possibilidade é muito, muito improvável. Nos últimos 80 anos, só houve nove “faithless electors” e, desde que este órgão foi formado, no século XVIII, apenas 156.
Com efeito, a eleição do Colégio Eleitoral tornou-se mais um momento cerimonial do que outra coisa. O trabalho destes representantes deixou de ser escolher o Presidente, mas antes confirmar os resultados e o sentido de voto de cada estado.
Até porque há um trabalho prévio, de grande cuidado, dos partidos na escolha destes representantes. Os membros do Colégio eleitos para votar em Trump são apoiantes fiéis do Partido Republicano, escolhidos a dedo para assegurar que, na decisão final, se mantêm leais ao sentido de voto que lhes é pedido.
Como se isto não bastasse, seriam precisos mais do que apenas dois ou três “faithless electors”, seriam necessários 37. Recorde-se que um candidato tem de conseguir 270 votos do Colégio para ser considerado Presidente.
Por tudo isto, os apelos a uma rebelião dos membros do Colégio Eleitoral, que se têm multiplicado com petições e vídeos divulgados na Internet, dificilmente surtirão efeito.
Os membros do Colégio Eleitoral votam esta segunda-feira em cada estado e a 6 de janeiro, dia em que é feita a contagem dos votos pelo Congresso, a eleição de Trump deverá ser oficializada.
Trump deverá ser empossado a 20 de janeiro numa cerimónia pública junto ao edifício do Capitólio, em Washington.