Companhias aéreas já começaram a agir em função de decreto de Trump - TVI

Companhias aéreas já começaram a agir em função de decreto de Trump

KLM (Reuters)

Holandesa KLM e Qatar Airlines travam passageiros de países islâmicos que querem viajar para os Estados Unidos. Restrição temporária decretada por Trump já lhe valeu dois processos e aplica-se também a quem já tinha visto de residência

Ficaram em terra sete passageiros, de países de maioria islâmica, que pretendiam seguir para os Estados Unidos a bordo de aviões da KLM. A recusa por parte da companhia aérea holandesa, revelada pela agência noticiosa Reuters, surgiu um dia após o presidente norte-americano ter decretado um fecho de fronteiras a pessoas de sete países.

Nacionais do Iraque, Síria, Irão, Sudão, Líbia, Somália e Iémen, sejam refugiados, imigrantes ou até turistas, passaram a estar temporariamente barrados de entrar no Estados Unidos, com o decreto do presidente norte-americano assinado sexta-feira.

A medida de Trumpfortemente criticada por líderes europeus reunidos este sábado em Lisboa, está já a ser aplicada por algumas companhias aéreas.

Sem revelar de que países eram os sete passageiros impedidos de viajar e de onde partiam, um porta-voz da companhia agregada à francesa Air France, assentiu haver "ainda alguma falta de clareza sobre quem é afetado pela proibição" norte-americana. Ainda assim, houve quem já tenha ficado em terra.

Em todo o mundo, houve sete passageiros a quem tivemos de informar que não os podíamos transportar para os Estados Unidos", afirmou o porta-voz da KLM, Manel Vrijenhoek.

Além do episódio com a KLM, a Qatar Airlines começou a avisar que, quem queira seguir a bordo para os Estados Unidos, tem de reunir condições para tal.

Nacionais dos seguintes países: Sudão, Líbia, Somália, Síria, Irão, Iraque, Iémen (...) só podem viajar para os Estados Unidos se tiverem um visto de residência permanente (carta verde) ou vistos", refere a Qatar Airlines no seu site.

Cartas verdes também não entram

A conta gotas, continua a descobrir-se a abrangência do decreto assinado por Donald Trump para barrar o acesso aos Estados Unidos a pessoas dos tais sete países de maioria islâmica.

Este sábado, soube-se que também aqueles que têm vistos de residência, as chamadas cartas verdes, estão incluídos na proibição. No mínimo, ficam impedidos de regressar aos Estados Unidos.

Vai também barrar os portadores de cartas verdes", foi a sentença comunicada por Gillian Christensen, porta-voz do Departamento de Segurança Interna através de um e-mail, a que a agência Reuters teve acesso.

Processos contra Trump

Sexta-feira, dia em que Trump assinou o decreto restringindo o acesso aos Estados Unidos de cidadãos dos sete países, dois iraquianos foram detidos ao chegar a Nova Iorque.

A cadeia norte-americana de televisão CNN dá conta que se tratava de dois cidadãos do Iraque com ligações à estrutura militar dos Estados Unidos. Tinham vistos de entrada, mas foram barrados e detidos.

Os advogados dos dois iraquianos já avançaram com processos judiciais contra o governo norte-americano e o seu presidente Donald Trump.

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