A Coreia do Norte considerou “ridículas” as críticas norte-americanas sobre o respeito dos direitos humanos no país, a poucas semanas do encontro entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
É realmente ridículo, parece um ladrão a pedir que o ladrão seja preso”, declarou, na terça-feira, a agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA.
Pyongyang respondeu às críticas, apresentando os Estados Unidos como um foco de violações de direitos humanos, comparando a cultura de armas norte-americana a um cancro.
Washington autoproclamou-se um "juiz dos direitos humanos", acusou a KCNA, declarando que o “verdadeiro objetivo [dos Estados Unidos] é desintegrar os países que lhes desobedecem e criar pretextos para agressões políticas, militares e económicas".
O relatório anual sobre direitos humanos do Departamento de Estado norte-americano, divulgado na sexta-feira, acusou a Coreia do Norte "de execuções extrajudiciais, desaparecimentos, detenções arbitrárias, tortura, campos de prisioneiros políticos", "julgamentos injustos", "abortos forçados, tráfico de pessoas" e "negação das liberdades de expressão, imprensa, reunião, associação, religião e mobilidade".
Esta resposta norte-coreana surge dois dias antes da histórica reunião entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, que vão reunir-se na parte sul-coreana da zona desmilitarizada, na fronteira entre os dois países.
Kim vai ser o primeiro dirigente norte-coreano a pisar solo da Coreia do Sul desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53). As duas anteriores cimeiras intercoreanas, em 2000 e 2007, decorreram em Pyonyang.
Na sexta-feira à noite, a Coreia do Norte anunciou que suspendeu os testes nucleares e o lançamento de mísseis de longo alcance e que tem planos para encerrar as instalações de testes nucleares.
A agência de notícias oficial da Coreia do Norte, KCNA, adiantou que a suspensão dos testes nucleares tinha efeito a partir de sábado.
A reunião dos líderes da península coreana vai anteceder o encontro histórico entre Kim e Donald Trump, previsto para final de maio ou início de junho.