Desde que tomou posse Trump despediu três das pessoas que "o investigaram" - TVI

Desde que tomou posse Trump despediu três das pessoas que "o investigaram"

  • SP
  • 11 mai 2017, 00:15

Decisões tomadas pelo presidente norte-americano estão a ser criticadas e democratas questionam os verdadeiros motivos dos afastamentos

A demissão do diretor do FBI, James Comey, foi a mais recente 'carta fora do baralho'. Donald Trump anunciou a sua demissão na passada terça-feira. A decisão já foi criticada e está rodeada por alguma polémica, já que Comey, como diretor do FBI, liderava a investigação sobre a interferência russa na campanha presidencial.

Mas Comey não foi a única vítima do presidente norte-americano. Sally Yates e Preet Bharara são outros dois nomes. E estes três nomes têm algo em comum. Estavam envolvidos em investigações relacionadas com a campanha de Donald Trump.

Depois dos procuradores-gerais Sally Yates e Preet Bharara, os críticos do presidente têm vindo a preocupar-se cada vez mais com esta questão. Para o líder da minoria democrata do Senado, Chuck Schumer, estas demissões não são coincidência, escreve o The Independente:

 

Eles demitiram Sally Yates. Demitiram Preet Bharara. E agora demitem James Comey, o homem que liderou a investigação. Isto não me parece ser uma coincidência" e acrescenta "Qualquer pessoa que ele [Donald Trump] nomear para liderar a investigação russa vai conhecer o mesmo destino de Comey".

Já o Senador democrata Whip Durbin levou a discussão a plenário, para obrigar a Casa Branca a esclarecer se a investigação do FBI sobre a interferência russa na campanha presidencial irá continuar, agora que Comey foi demitido.



"Qualquer tentativa de parar ou minar esta investigação do FBI levantaria questões constitucionais graves", conclui Durbin.


As demissões:

James Comey estava a investigar uma possível ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas, que valeram a eleição de Trump. Acabou despedido, a 9 de maio, situação justificada por Trump com um simples "não estava a fazer um bom trabalho", relacionando o caso com uma investigação a Hillary Clinton e argumentando que era hora de restaurar a confiança no FBI.

Sally Yates atuou como Procuradora-Geral por apenas dez dias (de 20 de a 30 de janeiro, dia em que foi demitida por Trump).

Tal como Comey, Yates estava a investigar uma possível ingerência da Rússia na campanha de Trump. Na altura, Yates contou à admnistração Trump que o então Conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, não tinha dito a verdade sobre a sua reunião com o embaixador russo, Sergey Kislay, e que estaria vulnerável a possíveis chantagens.

Mas, para Trump, a razão oficial para o demissão parece residir no facto de que a ex-procuradora não defendeu, nem implementou uma das ordens executivas relativas à proibição muçulmana de viajar.

O jornal britânico The Independent, recorda a citação da Casa Branca: "A procuradora-geral Sally Yates, traiu o Departamento de Justiça, recusando-se a fazer cumprir uma ordem legal destinada a proteger os cidadãos dos EUA".

Preet Bahara, também procurador-geral, foi informado de que o seu cargo estava seguro, mesmo que Trump pretendesse demitir os outros 45 indíviduos nomeados pelo anterior presidente Barack Obama. No entanto, tal não se verificou, e acabou mesmo por ser demitido, a 11 de março de 2017.

Bharara tinha várias investigações em curso, incluindo uma da Fox News e outra sobre as alegações feitas por Trump de que Obama havia escutado a Trump Tower.

Mais uma vez, para a Casa Branca, o motivo da demissão era outro. Oficialmente, a demissão prendeu-se com uma substituição em massa das nomeações de Obama, mas a senadora Hillary Warren foi mais longe e disse mesmo que Bharara "tinha autoridade sobre a Trump Tower".

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