A Casa Branca reafirmou este sábado o seu apoio à política “Uma China”, depois da conversa telefónica entre o Presidente eleito, Donald Trump, e a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, desafiando décadas da diplomacia norte-americanas.
“Não há qualquer mudança na política de longa data sobre as questões ao longo do estreito”, disse à AFP a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional Emily Horne.
“Continuamos firmemente comprometidos com a política “Uma China” (…) O nosso interesse fundamental é a paz e estabilidade nas relações através do estreito”, afirmou.
A conversa telefónica entre Donald Trump e a Presidente de Taiwan gerou elevadas expetativas sobre uma maior cooperação entre Washington e Taipé, escreve a agência Efe.
O gabinete presidencial de Taiwan confirmou, entretanto, em comunicado que a conversa durou mais de dez minutos e que foram abordados temas económicos e de defesa.
Além disso, refere que Tsai espera que Trump seja um “excelente governante” e que pediu apoio aos Estados Unidos para alcançar uma maior participação internacional de Taiwan, uma ilha que se declara soberana e independente, mas que é considerada por Pequim uma “província rebelde” e parte do seu território.
Pequim diz que telefonema é uma "manobra" sem consequências
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, também já veio dizer que o telefonema é "uma manobra engendrada por Taiwan" que não vai prejudicar o consenso internacional sobre "uma só China".
"Não é mais do que uma manobra baixa engendrada por Taiwan, e não pode simplesmente alterar o quadro de uma só China integrado pela comunidade internacional", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês quando questionado num forum diplomático pela Phoenix TV, segundo informação publicada no 'site' do canal de Hong Kong.
Conversa foi censurada pela imprensa chinesa
A chamada telefónica foi censurada pela imprensa chinesa, que preferiu sublinhar a visita a Pequim do ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, “um velho amigo da China”.
O telefonema, na sexta-feira, não foi referido nos 'sites' da imprensa estatal chinesa e foi censurada na Internet.
Na plataforma de microblogues Weibo – equivalente à rede social Twitter – persistiam alguns comentários de internautas a um artigo de um jornal de Hong Kong que escapou à censura.
Presidente das Filipinas diz que Trump o felicitou pela sua guerra contra a droga
Mas outro telefonema é notícia este sábado. O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse que o Presidente dos Estados o felicitou pela guerra contra a droga levada a cabo no seu país.
O Presidente filipino telefonou na sexta-feira a Trump para o felicitar pela sua vitória nas eleições presidenciais norte-americanas. Segundo Duterte, o Presidente norte-americano eleito desejou-lhe “sucesso” na política controversa de repressão do crime que implementou nas Filipinas.