Donald Trump diz que as informações que constam no relatório que tem causado polémica nos Estados Unidos foram preparadas por opositores políticos, tanto do Partido Democrata como do Partido Republicano. O presidente eleito sugere ainda que o documento foi divulgado por agências dos serviços secretos, mesmo depois de esta ideia ter sido rejeitada pelo diretor dos serviços secretos.
O novo líder dos Estados Unidos voltou a falar sobre o relatório que tem aquecido os últimos dias da política norte-americana. De acordo com a imprensa, o documento indica que os russos terão informações comprometedoras sobre Trump, envolvendo negócios e até orgias, realizadas em Moscovo.
Porém, esta sexta-feira, e mais uma vez no Twitter, o republicano reiterou que estes são “factos totalmente inventados”.
Trump culpa os seus opositores políticos, tanto do Partido Democrata como do seu próprio partido, o Republicano, pela elaboração deste documento.
It now turns out that the phony allegations against me were put together by my political opponents and a failed spy afraid of being sued....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 13, 2017
Totally made up facts by sleazebag political operatives, both Democrats and Republicans - FAKE NEWS! Russia says nothing exists. Probably...
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 13, 2017
Mais, o presidente eleito voltou a sugerir que as informações foram divulgadas por agências dos serviços secretos. “Provavelmente” foi a palavra escolhida por Trump para deixar a ideia no ar.
released by "Intelligence" even knowing there is no proof, and never will be. My people will have a full report on hacking within 90 days!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 13, 2017
Na quarta-feira, Trump já tinha afirmado no microblog que as "agências de serviços secretos não deviam permitir a divulgação de notícias falsas para o público".
Intelligence agencies should never have allowed this fake news to "leak" into the public. One last shot at me.Are we living in Nazi Germany?
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 11, 2017
Mas no mesmo dia, James Clapper, o chefe dos espiões norte-americanos, rejeitou essa ideia. Clapper disse, em comunicado, que não acredita que a divulgação do relatório tenha tido origem nos serviços secretos norte-americanos.
"Este documento não é um produto dos serviços secretos norte-americanos e não acredito que a sua divulgação tenha tido origem na comunidade", frisou.
O assunto tem estado nas bocas do mundo, numa altura em que faltam menos de dez dias para a tomada de posse do republicano.
A polémica estalou quando a CNN noticiou que os chefes dos serviços de informações dos EUA apresentaram ao presidente norte-americano cessante, Barack Obama, e ao eleito, Trump, material comprometedor para o último, que estaria na posse do governo russo.
Trump depressa desmentiu a notícia e falou numa "caça às bruxas política". Mas depois da CNN, também o site BuzzFeed divulgou a notícia, publicando o relatório de 35 páginas.
Segundo a imprensa norte-americana, o documento foi elaborado por um antigo espião do MI6 (os serviços secretos birtânicos), cuja identidade já foi, entretanto, revelada. Chama-se Christopher Steele e é diretor de uma empresa privada que presta serviços de assessoria de segurança e de investigação.